03/06/2011: 6ª feira
Jo 16,20-23ª
A narração evangélica de João acerca da manifestação da alegria inerente ao ser humano nos acena para um sentimento amoroso que, muitas vezes, é gerado através da dor. E neste cenário, o parto é a mais forte expressão do amor, quando uma vida vem à luz pelo trabalho árduo da expulsão – obra divina do criador.
No momento do parto há sofrimento, há perdas. Perdas necessárias que a criança experimenta ao se deparar com a claridade do mundo. Podemos até afirmar que a criança, na dor da expulsão, lançada para fora do colo uterino, perde aquele aconchego quentinho que tudo prove: abrigo, alimento, calor suficiente...
Ao nascer aquele nenê precisa buscar formas de sobrevivência: primeiro respirar por si próprio, chorar aos incômodos da vida, perceber através dos sentidos um outro mundo mais abrangente. A criança perde algumas regalias, experimenta a dor, mas ganha outras regalias. Novas alegrias, digamos!
E assim, sucessivamente, nós seres humanos vamos aprendendo a administrar as nossas dores e perdas pelas veredas da vida. Perdemos a infância para adolescer, perdemos a adolescência para entrar na fase adulta, e vamos perdendo um pouco mais para fazer parte da terceira idade. Quantas perdas, quanta dor! E tudo isso para crescer física, intelectual e espiritualmente.
A perda faz parte da vida, a dor faz parte da vida. Mas a alegria é imanente, brotando de dentro do coração como uma fonte de água viva chamada Jesus! Nada e nem ninguém nos detém. Nada e nem ninguém pode nos tirar essa alegria verdadeira.
Padre Marcelo faz uma declaração poética à alegria, cantando:
(...) Ainda se vier noites traiçoeiras,
Se a cruz pesada for Cristo estará contigo
O mundo pode até fazer você chorar
Mas Deus te quer sorrindo (...)
Caros irmãos e irmãs: apesar de tudo Deus nos quer sorrindo. Mas como estamos vivenciando a alegria em nossa vida, em nossa família, em nosso trabalho e em nossa comunidade? Que alegria é essa: alegria que o mundo nos da, transitória e passageira? Ou, pelo contrário, é uma alegria que transmite paz e fonte de prazer interior, porque estamos em estado de graça?
Que a Trindade Santíssima nos inspire a suportar as dores do parto para nascermos de novo na alegria do Senhor. Sigamos, pois, confiantes em Jesus que falou: "Ninguém poderá tirar a vossa alegria." Amém!
Abraços fraternos.
Nancy – professora
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