Quinta-feira, 09/06/2011
Jo 17,20-26
Estamos na semana de oração pela unidade dos cristãos. Neste Evangelho, Jesus continua orando a Deus Pai e pedindo pela nossa união. Ela é importante para que o mundo creia. Jesus pede ao Pai por quantos ao longo dos séculos acreditarão nele, graças à palavra e ao testemunho dos cristãos da geração anterior. A unidade será diante do mundo o sinal, ou o selo de autenticação da verdadeira Comunidade de Cristo. O amor tem duas direções: a Deus e ao próximo, união com Deus e união com o próximo. As duas se completam e não possível uma sem a outra.
É importante construir a unidade dentro da pluralidade. Este é o caminho para que os que acreditam em Cristo, e têm boa vontade, se unirem.
O livro dos Atos dos Apóstolos, ao referir-se à vida dos primeiros cristãos, diz assim: "Todos viviam unidos e possuíam tudo em comum... E, cada dia, o Senhor acrescentava a seu número mais pessoas que seriam salvas" (At 2,44.47). O amor dentro da Comunidade cristã atrai novos membros para ela.
S. Pedro, quando estava em Cesaréia, na casa de Cornélio, disse as seguintes palavras: "Irmãos, Deus não faz discriminação entre as pessoas. Pelo contrário, ele aceita quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a nação a que pertença" (At 10,34-35). Nós também queremos ser abertos a todos e a todas, sem rejeitar ninguém.
S. Paulo pede para não formarmos facções dentro da Comunidade: "Irmãos, eu vos exorto, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, a que estejais todos de acordo no que falais e não haja divisões entre vós. Pelo contrário, sede bem unidos no sentir e no pensar. Com efeito, pessoas da família de Cloé informaram-me a vosso respeito, meus irmãos, que está havendo contendas entre vós. Digo isto, porque cada um de vós fala assim: 'Eu sou de Paulo', ou: 'Eu sou de Apolo', ou: 'Eu sou de Cefas', ou: 'Eu sou de Cristo'! Será que Cristo está dividido? Será Paulo quem foi crucificado por amor a vós? Ou foi no nome de Paulo que fostes batizados?" (1Cor 1,10-13). Que forte apelo à nossa união, não? Deve doer no coração de Jesus saber que pessoas que acreditam nele, que acreditam em Deus Pai e no Espírito Santo, estão divididas e competindo entre si!
Por outro lado, uma Comunidade unida exerce uma forte atração sobre os de fora, e a Comunidade vai crescendo dia-a-dia.
Havia, certa vez, uma ilha onde moravam várias virtudes e vários defeitos, todos misturados. Lá viviam a alegria, tristeza, a vaidade, a sabedoria, a riqueza, o poder, a verdade, a mentira, o amor etc.
Um dia, foi avisado aos moradores que a ilha ia ser inundada. Então eles começaram a ir embora. Menos o amor, porque ele queria ficar um pouco mais com a ilha. Até que, quando a ilha já estava quase coberta pelas águas, o amor resolveu pedir ajuda. Ele viu a riqueza que ia saindo e pediu: "Riqueza, me ajude. Deixe-me ir com você!" A riqueza respondeu: "Você não cabe no meu barco, amor! Eu estou carregando muito ouro, muita prata!" E a riqueza foi-se embora. A vaidade vinha chegando, e o amor pediu: "Por favor, vaidade, leve-me!" Ela respondeu: "Não posso, amor. Você está todo molhado e estragaria o meu barco!" Mas a tristeza vinha logo atrás, e o amor, chorando, pediu: "Tristeza, me ajude. Leve-me com você!" Esta porém falou: "Não, amor. Estou tão triste que prefiro ir sozinha". A alegria também passou. Ela estava tão alegre que nem ouviu o amor chamar.
O amor, já soluçando baixinho, se espantou quando um velhinho lhe disse: "Venha, amor, eu levo você". O amor ficou tão feliz que se esqueceu de perguntar quem era. Chegando à margem segura, o velhinho o deixou e foi-se embora. Então o amor viu a sabedoria e perguntou: "Quem era aquele bom velhinho que me ajudou?" "O tempo" – disse a sabedoria. "Mas por que – insistiu o amor – só o tempo me trouxe até aqui?" A sabedoria respondeu: "É porque só o tempo é capaz de compreender um grande amor".
Para chegarmos à unidade perfeita, precisamos ter paciência, pois ela não se constrói de um dia para o outro. Só o tempo nos possibilitará conquistar esta bela virtude. As pessoas precipitadas quebram a unidade, às vezes por nada.
Maria Santíssima, Mãe do belo amor e do acolhimento, rogai por nós!
Para que eles cheguem à unidade perfeita.
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