A paz de Jesus!
Neste forte e afetuoso discurso de despedida, na última ceia, Jesus, após exortar os discípulos a não se perturbarem, lhes dá a paz. Não a dá à maneira do mundo. A "paz", nos impérios, é a ausência de discordâncias, questionamentos ou conflitos, vigorando a submissão geral à ordem imposta pelo poder. É esta também a paz na concepção do messianismo davídico da tradição de Israel. Era assim no Império Romano e assim é hoje no império do mercado globalizado, sob controle do poder financeiro. A paz, para os pequenos e oprimidos, se torna a acomodação
ao sistema opressor diante do receio de que seus sofrimentos sejam maiores caso envolvam-se em qualquer confronto. A paz de Jesus é a paz decorrente da prática da justiça. É a paz que ele proporcionou aos discípulos e às multidões com sua prática libertadora, fraterna, solidária, restauradora da vida e da dignidade dos homens e mulheres. É a paz que decorre do perder a vida conforme os ideais de sucesso deste mundo. É a paz do reencontrar a vida na união de vontade com o Pai. É o empenho, em mutirão, na construção de um mundo novo unido pelo amor que gera a vida eterna.
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