Bom dia!
Tiberíades era uma cidade muito importante para o império romano, durante certo tempo foi a capital da Galiléia. Foi de lá que Jesus vinha antes de chegar a Cafarnaum, cidade esta considerada a "base" de Jesus, pois lá residiu e de sua redondeza saíram boa parte dos apóstolos.
Muitos milagres foram vistos em Cafarnaum; Jesus a considerava como sua cidade, mas mesmo assim, mesmo com tantas demonstrações de amor, o povo insistia em não se arrepender sendo talvez por isso justificado a forma mais enérgica e exortativa ao se referir aos que o procuravam apenas por interesses. "(…) Eu afirmo a vocês que isto é verdade: vocês estão me procurando porque comeram os pães e ficaram satisfeitos e não porque entenderam os meus milagres".
E hoje, o que mudou? Jesus continua a operar, continua a curar, a fazer milagres no nosso meio, mas a quantas anda nosso arrependimento?
É duro dizer isso, mas o texto do evangelho de hoje demonstra um Jesus profundamente chateado com a demagogia na fala das pessoas ao omitir seus verdadeiros interesses. Pessoas essas, e infelizmente ainda hoje, que vão à busca de situações favoráveis transitórias, esquecendo do que pode ser permanente e duradouro.
Quando buscamos ao Senhor, apresentamos o que na real queremos? E quando recebemos ou somos atendidos, permanecemos junto dele ou também partimos até a próxima vez que precisarmos?
Buscar o Senhor na aflição é bíblico e amplamente orientado nas passagens do novo e antigo testamento; é bom, prudente e valioso esse contato íntimo, mas não podemos ter Jesus como milagreiro e sim como Senhor. Temos a ingrata "mania" de procurá-lo e logo em seguida esquecê-lo. Quantas pessoas lotam reuniões e grupos onde se lê "semana da graça", "corrente dos milagres" e ao terminar somem?
Precisamos repensar essas concentrações sobre a ótica de alguns pontos de vista:
O movimento interessante é ainda viável, mas precisamos repensar de quem estamos fazendo propaganda: Jesus ou do milagre?
É importante que continuem acontecendo, mas saber de fato o que esperamos: adoradores ou quantidade de gente?
Que tipo de pessoa queremos que surja desses encontros?
Adoro a idéia de acampamentos de oração promovidos pela Canção Nova. Pessoas que se reúnem para louvar e ouvir a palavra de Deus. Ao se encontrar assim deixamos sob a vontade plena de Deus tudo que ali acontecer.
Criamos concepções que geram expectativas nas pessoas. Precisamos ensinar as pessoas que tudo acontecerá a seu tempo, pois Deus deseja muito o nosso bem. Ouço essa política milagreira muito bem definida nas igrejas neopentecostais, uma política onde o Espírito Santo é "empregado" com hora e lugar marcado para "realizar" milagres mediante a NOSSA vontade (hunf!). É esse tipo de respeito que temos com Deus?
"(…) Considerai os lírios, como crescem; não fiam, nem tecem. Contudo, digo-vos: nem Salomão em toda a sua glória jamais se vestiu como um deles. Se Deus, portanto, veste assim a erva que hoje está no campo e amanhã se lança ao fogo, quanto mais a vós, homens de fé pequenina! Não vos inquieteis com o que haveis de comer ou beber; e não andeis com vãs preocupações. Porque os homens do mundo é que se preocupam com todas estas coisas. Mas vosso Pai bem sabe que precisais de tudo isso. Buscai antes o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas por acréscimo. NÃO TEMAIS, PEQUENO REBANHO, PORQUE FOI DO AGRADO DE VOSSO PAI DAR-VOS O REINO". (Lucas 12, 27-32)
Um imenso abraço fraterno
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