SEGUNDA 18, de Abril de 2011
Jo 12,1-11
Marta e Maria fizeram dois belos gestos de amor: Marta lhe servia a refeição e Maria e Maria ungiu os seus pés. Também nós, na semana santa, queremos manifestar o nosso amor a Jesus, cada um do seu jeito. Qual é o perfume que lhe vamos ofertar a Jesus? Do nosso arrependimento? Da nossa gratidão?... E qual é o serviço que queremos lhe prestar? Uma participação ativa nas celebrações? Uma ajuda aos necessitados, com os quais Jesus se identificou?
Judas está em outra esfera; só pensa no dinheiro; calcula tudo em valores capitalistas, até um perfume! Para o capitalista, o único valor é o dinheiro; por isso avalia as coisas em termos quanto valem em dinheiro. Tudo em termos de ganho ou de perda em dinheiro. O importante para ele é o dinheiro, e ponto final. Os outros valores ficam em segundo lugar. O deus do capitalista é o dinheiro. Entretanto, Jesus disse: "Não podeis servir a Deus e ao dinheiro".
Nós sabemos que os gestos de amor não são contabilizáveis. Basta ver o trabalho das mães e esposas, dos pais e esposos, dos agentes de pastoral, dos namorados...
Nós queremos, a exemplo de Maria, crescer no amor a Jesus, um amor que transborda para os nossos irmãos e irmãs, colocando a vida em primeiro lugar.
Certa vez,uma linda princesa ganhou um presente de um príncipe vizinho. O pacote era muito bonito, e ficou deslumbrada. Desatou a fitinha, e foi desembrulhando o presente devagar e com carinho. Cada papel que ela tirava, aumentava a sua curiosidade
No fim, a decepção: era uma bola de ferro! O que eu vou fazer com isso? pensou ela. E, irritada, pegou a bola e jogou no chão.
Foi aí que veio a surpresa: a bola se abriu, e estava cheia de lindas e riquíssimas jóias!
Os gestos de amor nem sempre são percebidos por nós à primeira vista. Precisamos ter discernimento, o que adquirimos através da oração. Nem tudo o que brilha é ouro; por outro lado, nem tudo o que não brilha deixa de ser ouro. Cada celebração da semana santa é como aquela bola de ferro.
Campanha da fraternidade. A paz que Jesus traz não é uma fuga diante das dificuldades do mundo. Ao contrário, é uma paz concreta, fruto da luta.
A paz é fruto da justiça. Ela supõe e exige a instauração de uma ordem justa que possibilite a realização humana e per que todas as pessoas sejam sujeitos da própria história. A paz é uma tarefa permanente da Comunidade, e deve ser construída de modo que o cristão seja um artesão da paz. Todos devemos colaborar na construção de uma ordem justa, sem a qual a paz é ilusória.
Temos outra Maria que fez bem mais que ungir Jesus. Ela o gerou e o criou gratuitamente, porque fez por amor. Que essas duas Marias intercedam por nós, a fim de que o nosso amor a Jesus cresça e transborde, sem ser picados pelo vírus capitalista, como foi o Apóstolo Judas Iscariotes.
Deixe-a; ela fez isto em visto do dia de minha sepultura.
Padre Queiroz
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