Bom dia!
Esses dias um colega relatou-me um fato intrigante: Um homem, pertencente a sua comunidade, vendo que os bancos da igreja precisavam de uma reforma tomou uma atitude interessante. Como é de oficio carpinteiro, resolveu arrumar os bancos. Não queria gerar alarde, chegou cedo à igreja, começou a concertar os defeitos.
Surpreendentemente, outro homem, da coordenação da comunidade, o impediu que fizesse o concerto, pois este não era "coordenador de nada" na igreja. Na verdade, o veto se deu, pois não havia lhe pedido. Sim! O rapaz deveria ter falado com o administrador antes, mas vendo e sendo explicado o zelo daquele rapaz, por que impedir a boa ação?
Acho incrível o número de relatos de "síndrome do pequeno poder" nas comunidades. Pessoas que vivem total ou parcial desarmonia consigo mesmo assumindo cargos de coordenação ou de liderança para poder "mandar nas pessoas". Tentam a qualquer custo que a graça só aconteça se tiver a sua autorização, sua benção! Quando não atuam pela negação ou pela retaliação, atuam pela pratica do terrorismo. (risos). "eu já tentei fazer isso e não deu certo"; "não adianta fazer, pois o povo não vem".
Eu sempre digo: Sempre existirão esses personagens pitorescos! Coloque-os em suas orações para que amadureçam, no entanto, pra quem o servo trabalha mesmo?
Outro ponto…
Lembremo-nos do questionamento de ontem: "Será que ainda acreditamos que o problema era ter curado no sábado? Será que o problema era carregar a cama no dia de descanso"?
É um fato: Inevitavelmente Jesus morreria! Nunca aceitava ou se renderia essa idéia centralizadora que foi concebida pelos fariseus.
Jesus, ao não se curvar ao orgulho ferido dos fariseus, compromete a estrutura (ou pilar) humana com foco no poder e no status. A coerência e a simplicidade nas ações são as coisas que mais me chamam atenção no homem de Nazaré.
O evangelho narra Jesus revelando sua divindade. É maravilhoso constatar, alguém tão nobre e tão poderoso, no entanto simples e prático: "(…) NÃO PROCURO FAZER A MINHA PRÓPRIA VONTADE, MAS A VONTADE DAQUELE QUE ME ENVIOU".
E nós? O que esse evangelho vem nos ensinar? Permitimos sugestões, novas opiniões, idéias? Conseguimos sair de um modelo de anos e anos para uma nova idéia? Quantos ministérios de música se desfizeram pela desmotivação provocada pela resistência as mudanças? Bateria? Contrabaixo? Pra que? Teatro, encenação, data show? (risos). Esse comentário também se estende a nosso trabalho, nossas atribuições, (…) Aonde foi parar o nosso dom da criatividade?
"(…) E o senhor elogiou o administrador desonesto, porque agiu com esperteza. De fato, os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz". (Lucas 16, 8)
Precisamos estar abertos a enxergar que às vezes a NOSSA VONTADE não seja a vontade de Deus. Fazer da igreja uma continuação FORÇADA de sua casa pode ser perigoso sem o discernimento. POIS NEM TODA DECISÃO QUE SERVE PRA MINHA VIDA SE APLICA AO IRMÃO OU A COMUNIDADE. Não podemos nos comportar como o Zangado da história da Branca de Neve!
"(…) Quanto a nós, desde que tivemos conhecimento dessas coisas, não cessamos de orar por vós e de suplicar para que chegueis a conhecer plenamente a vontade de Deus, com toda a sabedoria e discernimento espiritual. Assim, levareis uma vida digna do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda boa obra e crescendo no conhecimento de Deus. Suplicamos também a Deus que vos fortifique com todo o vigor pelo seu poder glorioso, para que vos firmeis na constância e na paciência. E, com alegria, dai graças ao Pai que vos tornou dignos de participar da herança dos santos, na luz". (Colossenses 1, 9-12)
Um imenso abraço fraterno!
Alexandre Soledade
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