Evangelho (João 8,1-11)
Segunda-Feira, 11 de Abril de 2011
Aprendemos no catecismo da Igreja a conhecer os dez mandamentos, e, dentro destes dez mandamentos aprendemos que não se deve pecar contra a castidade, e que não se deve cometer adultério. Dentro dos nossos costumes, e daquilo que aprendemos o adultério não é coisa lícita, isto é não é permitido pela Lei de Deus e pela comunidade familiar.
Aos olhos humanos é incompreensível a atitude de Jesus para com a mulher pecadora, assim como foi difícil para os discípulos de Jesus quando Ele estava a dialogar com a mulher samaritana, e, não apenas pelo fato de ela ser samaritana, mas porque era uma mulher de muitos homens. Também foi difícil entender o relacionamento de Jesus com tantos pecadores, como Mateus, Zaqueu e outros. Ainda hoje, embora toda a abertura em que vivemos, ainda tentamos compreender as atitudes de Jesus para com os pecadores.
Jesus diz que não veio modificar a Lei, mas para fazê-la funcionar conforme a justiça de Deus, e não como a justiça dos homens. A Lei deve ser cumprida, porém é preciso ter o discernimento quanto à interpretação da Lei. Os homens muitas vezes interpretam a vontade de Deus com o entendimento humano, se esquecendo que é preciso buscar no espírito o entendimento. O Espírito Santo ao descer sobre os apóstolos de Jesus deu-lhes o entendimento de que precisavam para agirem conforme a justiça divina.
Muitas vezes erramos porque nos julgamos donos da verdade, nos julgamos auto suficientes para julgar o próximo e até mesmo para fazer um auto julgamento de nossos pensamentos e atitudes esquecendo que somos seres limitados, propensos a erros, sujeitos ao pecado. Não que nós queiramos pecar, pois não o pretendemos enquanto cristãos e filhos de Deus, mas pecamos por causa da nossa limitação humana.
Em Romanos 7,19, lemos as seguintes palavras: "Não faço o bem que quero e faço o mal que não quero". São Paulo o autor destas palavras quer nos mostrar exatamente este conflito que existe entre o espírito e a matéria. Há uma luta constante em nosso interior entre o bem e o mal. O apóstolo Paulo também tinha seus conflitos interiores, assim como o Rei Davi, que também pecou muitas vezes, e, inclusive tomou a mulher de seu irmão Urias. Davi, embora com tantos pecados, era capaz de se redimir e escrever os mais bonitos salmos que conhecemos na Bíblia.
Paulo antes de ser um fiel seguidor de Jesus Cristo era Saulo o perseguidor e o horror dos cristãos, porém, mais tarde conhece tem um encontro com Jesus a caminho de Damasco se converte e se torna um dos maiores cristãos e anunciadores do Reino de Deus. Mas, mesmo após a sua conversão ele se coloca na posição de servo sujeito a fazer o mal que não quer fazer. Davi tinha uma grande intimidade com Deus, e alcançava grandes vitórias em nome de Deus, mas se reconhecia um pecador e necessitado da misericórdia de Deus. Buscava sempre fortalecer a sua espiritualidade, na oração e nos belíssimos salmos que dedicava ao seu Senhor.
Sem a nossa espiritualidade estaremos sempre sujeitos ao pecado, por isto que Jesus nos diz para "Vigiar e orar", porque o espírito pode estar pronto, mas a carne é fraca. Precisamos estar sempre vigilantes, em oração, e São Paulo nos adverte: "Porque a nossa luta não é contra a carne e o sangue, mas contra os principados, contra as potestades, contra as forças deste mundo tenebroso, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais"
Se nós que buscamos constantemente a presença de Deus, estamos sempre sujeitos ao pecado, quanto mais aqueles que estão afastados. A falta de espiritualidade tem levado muita gente a cometer graves erros. Cabe a cada um de nós a tarefa de ajudar os mais necessitados,e, os mais necessitados neste caso são justamente os mais necessitados espiritualmente.
Jesus compreendia os pecadores, porque sabia das necessidades e carências humanas, e, como ser divino via o ser humano além das aparências. Olhava o ser humano com o amor misericordioso do Pai, e por isto não julgava e nem condenava, mas, queria salvar a todos, principalmente porque era o Filho de Deus, que veio ao mundo para salvar a humanidade pecadora. O seu amor pela humanidade não se mede pelo pensamento humano, "Com efeito, de tal modo Deus amou mundo de tal maneira que deu seu Filho único para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna"."Pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condená-lo,mas para que o mundo seja salvo por ele".
Jesus veio para salvar a mulher pega em adultério, bem como veio para salvar a todos nós, basta que aceitar Jesus como nosso Senhor e salvador. Guardemos em nossos corações as palavras de Jesus: "Eu não te condeno, vai e não peques mais".
Newton
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