2 de Abril de 2011: sábado
Evangelho - Lc 18,9-14
"O COBRADOR DE IMPOSTOS VOLTOU PARA CASA JUSTIFICADO, O OUTRO NÃO" Nancy
O Antigo Testamento era estudado, meditado, vivido e revivido pelo povo judeu como um preceito inquestionável, passando de geração a geração. Era como se fosse uma tarefa de casa, intransferível.
A vinda do Messias, entretanto, trouxera insegurança, medo, dúvida ao povo judeu, especialmente às autoridades daquela época. Ou seja, a chegada de Jesus conseguira abalar as estruturas sociais e políticas daquele tempo, porque Jesus trazia a teoria preconizada nas Leis de Deus em vivência e convivência diária com o seu povo.
No entanto, havia uma distância muito grande entre cumprir os mandamentos da Lei de Deus e ser praticante desses preceitos religiosos na vida de muitos fariseus! Comparando: é exatamente como a teoria que aprendemos nos cursos de licenciatura e depois partimos para a prática... Quão grandiosa é a dicotomia entre ambas.
Jesus nos traz um grande ensinamento sobre as diferentes maneiras de orar das pessoas. E aqui aparecem na parábola dois personagens: um que confiava em si próprio e, julgando, condenava os demais: o fariseu. O outro, reconhecendo-se como imperfeito, fraco e pecador, pedia perdão pela sua pequenez: o cobrador de impostos.
Lucas neste evangelho retrata a falta de humildade das pessoas, principalmente daquelas que se vangloriam de ser alguém honesto, correto, fiel ao matrimônio por exemplo, e por isso superior aos demais!
Lembro-me certa vez, ouvindo uma palestra direcionada aos educadores, quando o palestrante falou sobre a VANGLÓRIA, e disse: VANGLÓRIA é GLÓRIA VÃ! Que maneira interessante de brincar com as palavras, expressando a vanglória como coisa passageira. Essa palavrinha tão comum que, na maioria das vezes, manifesta o orgulho ou a soberba de maneira que nos parecêssemos com um balão de festa de aniversário pronto para ser estourado...
Tomando a parábola narrada por São Lucas e a VANGLÓRIA da palestra como lições de vida para a nossa caminhada da quaresma, paramos para repensar a nossa trajetória de cristão. E perguntamos: não somos também nós, em muitos momentos da nossa vida, semelhantes ao fariseu desta parábola?
Que Deus tenha misericórdia de nós, principalmente nos momentos de vaidade, de presunção quando nos considerarmos "os melhores" entre os demais. Ou na linguagem do povo: "quando está se achando..."
Caros irmãos: a quaresma não terminou. Ainda há tempo para a conversão. Quiçá tenhamos a humildade de nos reconhecermos pecadores, como o cobrador de impostos, suplicando a misericórdia e o perdão do Senhor. Pois "quem se eleva será humilhado e quem se humilha será elevado". Amém!
Fraternos abraços.
Nancy – professora
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