Evangelho - Mc 9,2-13
Caros leitores. A nossa transfiguração acontece quando nós abandonamos o pecado e adotamos uma vida na presença de Deus, por Jesus e pelo irmão. O Evangelho de ontem nos conduziu a refletir sobre o significado da CRUZ DE CRISTO, o que nos levou pensar sobre a cruz ou as cruzes que temos de carregar noite e dia. Hoje, a palavra de Deus nos chama a refletir sobre a nossa transfiguração, sobre a transformação de nossa vida, a qual acontece quando aceitamos incondicionalmente que Deus por meio de Jesus preencha todas as lacunas da nossa existência. Quando isso ocorre, todas as cruzes, por mais pesadas que elas sejam, não nos tiram do sério, não nos deixa estressados, nem cansados. Pois temos a infinita força de Deus conosco, e assim podemos suportar os mais pesados fardos.
Suas roupas ficaram brilhantes e tão brancas como nenhuma lavadeira sobre a terra poderia alvejar. Certa vez ao comentar esta passagem do Evangelho, um irmão negro me questionou, perguntando o que eu queria dizer com tais palavras. PARA SER PURO TEM DE SER BRANCO? Disse ele um tanto decepcionado, e com um cheiro ou tom de discriminado.
Respondi àquele meu irmão, o qual tinha assistido atentamente a palestra desde o início, que em primeiro lugar aquelas palavras não eram minhas, mais sim do Evangelho, e que Jesus em momento algum discriminou ninguém, pelo contrário, Ele combateu todo tipo de discriminação. Jesus usava figuras de linguagem, parábolas, exemplos do dia a dia daquelas pessoas para que todos o entendessem. A palavra BRANCO usada pelo evangelista não significa desprezo por quem não é da cor branca, mais sim para significar ausência de impurezas, de sujeiras. Veja uma coisa: Porque os médicos e o pessoal da saúde usam roupas brancas? Será que eles não gostam do que não é branco? Será para demonstrar pureza? Como eles estão mergulhados em um mundo ou ambiente passível de contaminação, lidando a todo instante com material e ou coisas infectantes, precisam estar de vestimenta branca para que a mesma acuse qualquer presença de impureza, ou de elementos estranhos ou coisa desse tipo. Me corrijam se estou errado.
Acrescentei ao meu irmão de cor negra, que pureza de alma, ou estado de graça não está de forma alguma ligada a cor da pele. Muitos brancos fazem mau uso de suas liberdades, e por isso estão muito mais negros, mais impuros ou índigos da vida eterna do que muitos negros de alma branca por serem justos, honestos, e acima de tudo por terem aceitado Jesus em suas vidas.
E tem mais! A própria discriminação sofrida por nossos irmãos negros os torna mais puros ou santos. Graças a Deus, as nossas leis protegem o negro de toda discriminação, ou quase toda. Pois a discriminação velada ou mal disfarçada é a que dói mais. Aquela acolhida fingida, aquela falta de sinceridade, aquela aceitação de mentira, aquela cortesia pela frente e por de traz a crítica desumana. Por que não discriminar, é aceitar o negro como um irmão em Cristo. É agir com ele do mesmo modo que agimos com nossos amigos de pele branca. Sem adulações, sem falsidade, mas sim até dando-lhe uma dura quando ele erra, mais em seguida perdoando.
Meu irmão, minha irmã. Trate os nossos irmãos negros da mesma forma pela qual Jesus os trataria se estivesse do seu lado, no seu dia a dia: Na fábrica, na empresa, no escritório, na fazenda, andando pelas ruas, etc. Ou será que Jesus cumprimentaria um negro com um sorriso falso e em seguida faria uma chacota, uma piada? Nunca! Jesus trataria e trata os negros como trata os brancos.
O valor da pessoa não está na cor da sua pele. Pelo contrário, os negros têm demonstrado nas olimpíadas que são muito mais fortes fisicamente que os brancos.
Amigo, amiga. Não discrimine! Não julgue para não ser julgado. Pois com a mesma medida que medires o teu irmão será um dia medido! Cuidado!
Sal.
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