Evangelho - Mc 8,22-26
A noite cai. Céu nublado em pouco tempo a escuridão acontece, estrada desconhecida, cheia de curvas e sem acostamento. O motorista vai ligar os faróis e percebe que está sem luz. Fica tenso, quase em pânico nunca esteve diante de uma experiência daquela. Não pode parar o carro porque o que vem atrás vai certamente bater nele. Dirigir assim é um tiro no escuro, é como que estivesse cego...
Nossa vida é como uma estrada. Só vemos adiante um certo trecho, mesmo com a luz do dia. Mesmo se estamos sendo iluminados pela luz divina, não sabemos o que virá depois desse trecho. Mais com a iluminação de Deus, acreditamos que chegaremos no final da viagem. Quando contamos com a luz poderosa na nossa vida, muito embora não sabemos se morreremos no dia de hoje, temos a certeza de contar com Deus para tudo até mesmo se for este dia o nosso último. Planejamos os nossos afazeres, e confiamos na providência divina. Andando sempre que possível na sua presença, fazendo o bem e evitando o pecado.
A luz celestial vem para todos, porém, alguns se recusam a estar debaixo dela. Preferem viver segundo os ditames de satanás, seguindo puramente os seus instintos tal como os animais, ignorando que somos criaturas de Deus dotadas de corpo e alma, e predestinados a voltar para o Pai, desde que nesta vida façamos por merecer a vida eterna.
Aqueles que fogem da luz de Deus vivem ou trafegam por esta estrada da vida como que estivessem viajando em uma estrada escura sem faróis. É a cegueira do espírito que invade o seu ser, é o que vemos nos noticiários no final do dia. Crianças estupradas, mulheres violentadas, crimes bárbaros como o assassinato dos próprios pais, tudo isso realizados por seres humanos que deixaram de serem humanos porque se afastaram da luz de Deus e se aproximaram das trevas, tornando-se cegos, monstros que ameaçam a nossa existência o tempo todo.
Como evitar que cheguemos a esse ponto? Precisamos ser vigilantes e cuidar da preservação da nossa fé. Cultivando a prudência de evitar tudo aquilo que possa nos desviar da luz de Deus e de nos tornar cegos do espírito. Devemos alimentar e guardar com prudência e vigilância nossa fé e rejeitar tudo o que se lhe opõe. Pois há diversas maneiras de pecar contra a fé. Por vezes podemos ser assaltados de dúvidas e questionamentos de fé. Como é o caso da dúvida voluntária sobre a fé que fica negligenciada por falta de oração e caridade, produz a recusa de aceitar O Deus que nos foi revelado na pessoa de Jesus Cristo, e que é mostrado hoje pela Igreja. A dúvida involuntária provoca ou produz a hesitação em crer, a dificuldade de superar as objeções ligadas à fé ou, ainda, a ansiedade suscitada pela obscuridade da fé que é a cegueira que invade a nossa mente e não conseguimos mais ver esse mundo com os olhos de Deus. Se essa atitude de indiferença for deliberadamente cultivada, o que geralmente acontece pela influência das más companhias, a dúvida pode levar à cegueira do espírito, que é como viajar em uma estrada escura sem as luzes do veículo.
Jesus liberta o cego da sua cegueira física, porque ele não possuía a cegueira do espírito. Aquele homem, apesar de ser cego, ele via o poder de Deus se aproximando dele pela força invisível aos cegos que enxergam. Ele percebeu e viu a luz daquele que fora enviado pelo Pai, e que podia libertá-lo da cegueira física.
Os milagres realizados por Jesus testemunham que Ele fora enviado pelo Pai. E nos convidam a não ser cegos, mas sim a crer nele e nos seus mistérios. Aos que a Ele se dirigem com fé, é concedido o que pedem. Assim, os milagres fortificam a fé naquele que realiza as obras de seu Pai: testemunham que Ele é o Filho de Deus.
Meu amigo, minha amiga. Vamos anunciar os milagres de Jesus, para que as pessoas não sejam cegas, mas sim acreditem e andem na luz de Deus. Amém.
Sal.
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