Segunda –feira, 28 de março de 2011.
Evangelho Lc 4,24-30
O evangelista Lucas faz referencia de uma passagem de Jesus na sinagoga de Nazaré. No meio da multidão afirmou categoricamente que nenhum profeta é bem recebido em sua cidade ou na sua Região. Sem sombra de dúvidas que sentia muito por isso, afinal, Nazaré era sua pátria, sua terra natal, local de muito agrado; ali morava sua "família" empobrecida. Sentir-se rejeitado naquele espaço, era talvez grande decepção. Mas, fez esta afirmação para provar o que sentia perante seus co-cidadãos: Em verdade eu vos digo que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria. Será que Jesus estava cobrando maior apoio nas suas pregações? Ou será que Jesus estava dando uma puxada de orelhas em seus amigos? O que queria dizer então Jesus com a frase: o profeta não é bem recebido em sua pátria.
Os exemplos expressados por Jesus é bem convincente, pois , nenhuma viúva foi enviada à Elias em seu tempo de miséria e nenhuma leproso foi curado por Eliseu em Israel, mas foi enviada a primeira a uma viúva que vivia em Sarepta, na Sidônia e o segundo foi curado em Naamã. A confiança estava bem distante do espaço vivido. Deixou por terras os "missionários" locais para procurar e encontrar aconchego numa outra região. Jesus, na sua simplicidade, afirmam: bem perto de vocês estão as pessoas que podem lhes ajudar, basta confiar e entregar a confiança.
Assim o projeto de Jesus não é construir uma sociedade fechada, lacrada dos vícios, mas uma sociedade aberta capaz de entender as pessoas e suas aflições. Jesus não se sentiu rejeitado pelo seu povo, até fortaleceu sua caminhada. Ou seja, nada abala o propósito do Criador revelado na sua criatura salvifica: Jesus, o Libertador.
Quantas vezes rejeitamos nossos irmãos de igreja. Até chacoteamos com palavras depreciativas ou com apelidos nada legais. Até, afirmamos: pobre coitado, pensa que sabe alguma coisa; nem vou à celebração, pois lá está um pecador como eu dando testemunho; testemunho! Que testemunho pode falar! Não irei perder tempo em ouvir baboseiras!
A fé deve transpor estes obstáculos. Somente a fé pode crescer no cristão o desejo ardente de conhecer Jesus. Aquele que não sentiu rejeitado, não sentiu humilhado, não foi bem ouvido pelos seus amigos; mas prosperou saídas vitoriosas de construção de vida plena para todos. O pensamento estava voltado para Deus e em cumprir sua missão. Os ouvidos não estavam voltados para as críticas, mas para ouvir o clamor do povo pobre e desvalido, viúvas e doentes, ou seja, seus ouvidos eram para medir a euforia calorosa do povo sedento por justiça e amor.
Portanto, a missão não tem fronteiras. O caminho é longo e a palavra de Deus nos assegura a tranqüilidade para sermos profeta em nossa pátria, mesmo muito não aceitando. Quem sabe uma hora alguém pare para nos ouvir acintosamente. Amém.
Abraço fraterno,
Claudinei Oliveira
Nenhum comentário:
Postar um comentário