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10 de fev. de 2011

JESUS ANUNCIA A SUA MORTE E RESSURREIÇÃO - Pe. Fernando Torres


O2 de março

A liturgia do XXV Domingo do Comum convida os crentes a prescindir da "sabedoria do mundo" e a escolher a "sabedoria de Deus". Só a "sabedoria de Deus" possibilitará ao homem o acesso à vida plena, à felicidade sem fim.

O Evangelho apresenta-nos uma história de confronto entre a "sabedoria de Deus" e a "sabedoria do mundo". Jesus, imbuído da lógica de Deus, está disposto a aceitar o projeto do Pai e a fazer da sua vida um dom de amor aos homens; os discípulos, imbuídos da lógica do mundo, não têm dificuldade em entender essa opção e em comprometer-se com esse projeto. Jesus avisa-os, contudo, de que só há lugar na comunidade cristã para quem escuta os desafios de Deus e aceita fazer da vida um serviço aos irmãos, particularmente aos humildes, aos pequenos, aos pobres.

A segunda leitura exorta os crentes a viverem de acordo com a "sabedoria de Deus", pois só ela pode conduzir o homem ao encontro da vida plena. Ao contrário, uma vida conduzida segundo os critérios da "sabedoria do mundo" irá gerar violência, divisões, conflitos, infelicidade, morte.

A primeira leitura avisa os crentes de que escolher a "sabedoria de Deus" provocará o ódio do mundo. Contudo, o sofrimento não pode desanimar os que escolhem a "sabedoria de Deus": a perseguição é a conseqüência natural da sua coerência de vida.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos (Mc 9,30-37)

Comentário

Trabalhar pelo Reino, confiar no Pai

Hoje, teoricamente, parece que temos tudo claro na Igreja. Temos dogmas, temos os documentos que periodicamente publica a Santa Sé aos bispos, temos até o Catecismo da Igreja Católica onde se explica perfeitamente tudo o que é ser cristão no mundo de hoje. Teoria não falta. O problema vem depois, com a prática. Ou melhor, o problema vem na hora de entender Jesus com o coração.  

          É o que vemos no Evangelho deste domingo. Os discípulos não entendem a mensagem de Jesus. Ou não querem entender. Ou as palavras que Jesus disse as foram ditas com um significado e uma intenção e eles entenderam com outro significado e outra intenção. No domingo passado Jesus tinha dito que "o que quer salvar a sua vida a perderá; porém o que perde sua vida por mim e pelo Evangelho a salvará". E pouco antes havia explicado o que para Ele significa ser o Messias.

Os discípulos não entendem

           Pois bem, depois de toda a catequese, e não é questão de duvidar da capacidade pedagógica de Jesus, os discípulos não entendem nada. Assim que ficam sozinhos se dedicam a falar entre eles sobre quem seria o maior no reino do qual falava Jesus. E quando falavam do maior, não se referiam ao mais santo senão ao mais poderoso, o qual estaria mais próximo de Jesus na cadeia de comando, o que disporia de mais riquezas, de mais escravos... Isto é, quando Jesus dizia "reino" os discípulos ouviam a palavra "reino" e a entendiam com significado diferente do que Jesus queria dizer.

          Porém Jesus, como bom professor, era inacessível ao desanimo e tinha uma paciência infinita. Se os alunos demoravam a entender, Ele repetia a lição buscando novos exemplos e novas formas de explicar. Agora o que faz é tomar em seus braços cada um como um filho e explicar uma vez mais que o reino não vai dar poder nem autoridade, mais serviço e entrega total pela vida dos demais, que o reino é um lugar onde se acolhe a todos e, como prova de que realmente acolhe a todos, nele se acolhem em primeiro lugar os mais excluídos os que não são nada na sociedade, os que não têm dignidade nem são tratados com consideração pelas pessoas.

          A lição de hoje é para nós. O reino não é poder, mais acolhida e integração. Não é inveja e desejo de subir por cima dos demais sem reconciliação, misericórdia, sinceridade, paz. Devemos ler detidamente a segunda leitura. Talvez encontremos retratada nas palavras de Tiago algumas das atitudes que fazem de nossas comunidades sejam qualquer coisa menos sinal do reino de Jesus.

Aprender a lição, viver confiando

          O reino não se impõe pela força mais pela fé e confiança no Pai de Jesus, e o que promove. Nós somos colaboradores e estamos seguros de que Deus velará por nós, de que nos livrará da mão de nossos adversários, não porque iremos vencer a batalha mais porque, no final, em algum momento e de alguma maneira, tocará o coração de nossos adversários e lhes fará compreender, o bom mestre o fará, o que é o reino.

          O caminho não está livre de dificuldades. Mas vale a pena. Jesus era consciente que sua proposta e seu modo de comportar-se comoviam os alicerces da sociedade judaica de seu tempo. Falar de Deus como ele e falava com os gestos de proximidade e de presença entre os marginalizados poderia ter conseqüências graves. Mas estava sua confiança estava posta em seu Pai. O que tinha a vida e tinha encomendado a Jesus a missão de anunciar o reino, não lhe abandonaria. Deus não lhe largaria de sua mão.

          Hoje é tempo para olhar Jesus, para tratar de assimilar sua mensagem, para escutar-lhe sem restrições e para nos colocar ao seu lado. O caminho pode ser difícil. Fazer o reino aqui e agora tem riscos. Porém, como fez Jesus, devemos colocar nossa confiança no Pai e o olhar no horizonte. Deus mesmo se encarregará de que, acima dos ódios, violências, guerras, invejas e tantos outros males, seu amor chegue ao coração de todos os homens e mulheres. Nós, hoje, aqui e agora, vamos seguir acreditando e confiando Nele.

 

Fernando Torres

http://www.ciudadredonda.org/subsecc_ma_d.php?sscd=157&scd=1&id=2893

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