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11 de fev. de 2011

– Juízo final - Os justos irão para a vida eterna - Pe. José Cristo Rey

14 de Março

 

Evangelho - Mt 25,31-46

 

Jesus nos mostra no Evangelho de hoje que a verdadeira religião não é aquela que é marcada por ritualismos e cumprimento de preceitos meramente espirituais, afinal de contas ele não nos perguntará no dia do julgamento final se nós procuramos cumprir os preceitos religiosos, mas sim se fomos capazes de viver concretamente o amor. É claro que a religiosidade tem sentido, principalmente porque é através do relacionamento com Deus que recebemos as graças que nos são necessárias para a vivência concreta do amor, mas a religiosidade sozinha, desvinculada da prática do amor, é causa de condenação e não de salvação. (CNBB)

 

O FIM ÚLTIMO DA MOSSA CAMINHADA

As leituras deste domingo falam-nos do Reino de Deus (esse Reino de que Jesus é rei). Apresentam-no como uma realidade que Jesus semeou, que os discípulos são chamados a edificar na história (através do amor) e que terá o seu tempo definitivo no mundo que há-de vir.

          A primeira leitura utiliza a imagem do Bom Pastor para apresentar Deus e para definir a sua relação com os homens. A imagem sublinha, por um lado, a autoridade de Deus e o seu papel na condução do seu Povo pelos caminhos da história; e sublinha, por outro lado, a preocupação, o carinho, o cuidado, o amor de Deus pelo seu Povo.

         Na segunda leitura, Paulo lembra aos cristãos que o fim último da caminhada do crente é a participação nesse "Reino de Deus" de vida plena, para o qual Cristo nos conduz. Nesse Reino definitivo, Deus manifestar-se-á em tudo e atuará como Senhor de todas as coisas (versículo 28).

          O Evangelho apresenta-nos, num quadro dramático, o "rei" Jesus a interpelar os seus discípulo acerca do amor que partilharam com os irmãos, sobretudo com os pobres, os débeis, os desprotegidos. A questão é esta: o egoísmo, o fechamento em si próprio, a indiferença para com o irmão que sofre, não têm lugar no Reino de Deus. Quem insistir em conduzir a sua vida por esses critérios, ficará à margem do Reino.

 

 Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus (Mt 25, 31-46)

 

          O Reino de Deus - isto é, esse mundo novo onde reinam os critérios de Deus e que se constrói de acordo com os valores de Deus - é uma semente que Jesus semeou, que os discípulos são chamados a edificar na história (através do amor) e que terá o seu tempo definitivo no mundo que há-de vir. Não esqueçamos, no entanto, este fato essencial: o Reino de Deus está no meio de nós; a nossa missão é fazer com que ele seja uma realidade bem viva e bem presente no nosso mundo. Depende de nós fazer com que o Reino deixe de ser uma miragem, para passar a ser uma realidade a crescer e a transformar o mundo e a vida dos homens.

 

Fazem 80 anos que se instituiu a festividade de Jesus Cristo, Rei do Universo ou de Cristo Rei. Foi iniciativa do Papa Pío XI, três anos depois de ter sido nomeado papa, no ano 1925. Tinha começado seu papado no contexto de uma humanidade ferida pelos efeitos da primeira guerra mundial. Concluiu-o o ano 1939, mal acabada a guerra civil espanhola e preparando-se já no horizonte a segunda guerra mundial. Seu desejo por levar a cabo uma política de paz, inspirou propor a celebração da festa de Cristo Rei.

          A verdade é que a imagem de "Cristo rei do universo" não nos provoca hoje emoções especiais. Sentimos ambos os símbolos, o "rei" e "o universal" , como bastante estranhos à nossa sensibilidade e cultura. Não são essas as imagens mais atraentes para nos aproximar de Jesus em nosso tempo e reconhecer sua importância e influencia em nós.

          A liturgia deste domingo nos diz muito bem do que se trata. Os textos das Leituras têm muitas referências ao Reinado de Deus, que se impõe sobre os sistemas de domínio perverso que as vezes instauramos sobre os homens. Aludem várias vezes ao livro do Apocalipse, no qual Jesus é apresentado como o Cavaleiro vitorioso sobre as forças do Mal, como o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, ou como o Cordeiro degolado e que está de pé. O antagonista desta imagem de Jesus é apresentado com características animalescas e monstruosas, são os poderes perversos deste mundo: o dragão, as duas bestas, a grande prostituta e seus cúmplices. No fundo nos diz que nossas cidades estão enfrentadas: a velha Jerusalém ou Babilônia criminosa e a nova Jerusalém que baixa do céu.

          Os textos da Eucaristia evocam a figura do Rei como Pastor. Jesus é o bom e belo pastor. Busca a suas ovelhas lá onde se encontram; segue seu rasto para que não se percam; as atrai para si, cuida e as recupera; cria um rebanho e por isso, congrega, reúne, cria uma grande comunhão. Também nos dizem os textos, que Jesus é o Pastor que julga entre ovelha e ovelha, administrando justiça entre elas. Identifica-se de tal maneira com a justiça, com a compaixão e o amor, que qualquer falta dessas virtudes em relação com os seres humanos, as sente como próprias, ou efetuadas a Ele: aquilo que se faz com os últimos, considera como fato feito a Ele mesmo.

          Jesus aparece aqui como um rei que deixa perplexo o povo, identificado com os excluídos. Caracteriza-se por sua invisiblidade, pela renúncia aos sinais exteriores de poder e ostentação. Indica que quando não estamos atentos, sua presença nos pode passar despercebida. Ele é Rei desde aqueles que nada têm que ver com o poder e são suas vítimas. Ele é Rei sem armas, sem exércitos, sem influências.

O seu modo não é confrontar-se com os poderes deste mundo, pôr-se a seu mesmo nível, mas fazer-se o servidor de todos.

          Não está na contramão daqueles governos ou políticos que se preocupam com a fome, a justiça, o atendimento aos presos, o sistema de saúde e educacional para todos. Diz-nos que quando isto é feito, se faz a Ele mesmo. Não está na contramão da política, nem do interesse por criar uma comunidade que assuma as diferenças, as integre, as reuna.

          Porém dói quando os poderes públicos não atendem às necessidades dos irmãos, só pensam em seus interesses, em seu enriquecimento, em suas próprias ânsias de poder. Estes interesses do poderes públicos é para Jesus não só um atentado contra a dignidade humana, mas contra Ele mesmo.

          Jesus dizia do povo de Israel que eram como ovelhas sem pastor. Ao falar assim se referia aos líderes políticos e religiosos. Porém Jesus sabia distinguir entre os que tinham mais culpa e os que tinham menos culpa. Estremece escutar-lhe dizer a Pilatos, em conversa privada, segundo o Quarto Evangelho, que quem o entregou a ele são mais culpados, que ele. Jesus também desculpa os políticos pois "não sabem o que fazem".

          Sinto neste domingo a necessidade de aplaudir a tantos homens e mulheres da política que têm o coração do bom Pastor e se desvelam por estabelecer a justiça, a paz, por atender as necessidades. Não merecem ser sempre hostilizados por nossa crítica, mais animados em suas melhores desejos e ideais.

          É bom que nos vejam, a quem somos a Igreja, como mensageiros de uma boa notícia, como aqueles que sabemos animar, oferecer nossa humilde ajuda, confiar. Isso fez Jesus com Zaqueo, com Leví, Nicodemo.

          Jesus é como um rei sem protagonismo, que se dilui na gente à quem tanto ama. Atua no secreto e misterioso das melhores ações humanas. Se sente agraciado ou desgraçado quando essa ações humanas ajudam ou destroem.

          Talvez hoje não sintamos a imperiosa necessidade de dizer "Viva Cristo Rei". Talvez hoje não nos agrade falar do "universal". Preferimos talvez clamar: Não mais morte, não mais guerra nem terror, nunca mais a violência! ¡Sim à justiça, sim à Paz, sim à Reconciliação! Preferimos, mais do que uma globalização que tudo arrasa, mais do que um nacionalismo que não atende às diferenças, uma forma nova de governo com características mundiais, libertadoras, respeitosa com as diferenças e criadora de laços, de encontros. Mais do que o universal, fascina-nos a "pluriuniversalidade", isto é, o mundial inclusivo, respeitoso: a nova Aliança onde todos somos reconhecidos pelo que somos. Se assim são as coisas, há vivas a Cristo Rei, também hoje, ainda que a música e as palavras soem diferentes.

José Cristo Rey Garcia Paredes

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