Evangelho - Jo 12,1-11
Porque Ele merece! Como Jesus mesmo disse: os pobres vocês sempre os tereis. Mas a mim, nem sempre me tereis.
Jesus foi um ponto de interrogação para alguns, foi um profeta para outros, mas para muitos Ele foi o próprio Deus, muito embora tenha sido de modo geral, um motivo de contradição. A vida e as atitudes de Jesus sempre causaram reações contraditórias de aceitação ou rejeição.
A paixão e morte de Jesus também não foi coisa diferente. Para os líderes judaicos, a morte de Jesus significou a realização dos seus objetivos, dos seus planos e uma vitória conquistada no sentido da manutenção da ordem estabelecida, da manutenção dos seus privilégios, do seu poder perante os demais, etc.
Pilatos lavou as suas mãos porque muito embora sabendo que Jesus era pelo menos um santo, para o poder romano, a condenação e morte de Jesus não significou nada, pois ele foi mais um entre os muitos que eram condenados à morte naqueles tempos.
Porém para quem o amava, houve um momento de carinho e atenção à sua pessoa antes que a morte chegasse trazendo o sofrimento, a dor e a separação.
Caríssimos irmãos e irmãs. Estamos em plana quaresma, e é tempo de preparação, de conversão e mudança de vida. Portanto, vamos nos deleitar com as sábias palavras de Dom Aloísio.
Sal.
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Os cuidados da quaresma.
É costume dizer que a Quaresma, o tempo de preparação para a Páscoa, é tempo de penitencia: de jejum, de esmola, de oração. Talvez hoje se deva dizer que é tempo de cuidado.
Primeiro, cuidado da natureza. Estamos acostumados a ler a Palavra de Deus. Deus abençoou Noé e seus filhos, dizendo-lhes: "Crescei, multiplicai-vos e enchei a terra. Todos os animais da terra vos temerão e respeitarão: aves do céu, répteis do solo, peixes do mar, estão em vosso poder" (Gen 9, 1-2).
A humanidade começou a destruir a natureza em vista do mercado, do lucro. Sempre se diz que o ser humano é colaborador de Deus na criação. Não para destruir a criação, mas para cultiva - lá e cuida - lá.
E mais: a idéia de que o ser humano tem domínio absoluto sobre a natureza, desencadeou nele uma racionalidade sem ternura e o lado selvagem dos sentimentos. E assim vai-se rompendo a harmonia entre as pessoas e a natureza. A natureza ferida se volta contra a humanidade. É só ver os terremotos, tempestades, enchentes e o clima inconstante.
Um célebre filósofo (Schopenhauer) afirmou: "Nesta terra os animais vivem no inferno e seus demônios são os seres humanos". A Páscoa é a vitória de Jesus sobre o mal e a morte. Quem sabe, como colaboradores de Deus na obra da criação, nós vamos cuidar da natureza para manter a convivência harmônica entre a humanidade e nosso belo planeta!
A penitência quaresmal requer também o jejum. Visa primeiro a conversão do coração, a orientação de toda a vida para Deus. Mas o jejum agradável a Deus implica também no cuidado dos pobres, excluídos e abandonados. Inclusive na defesa do direito e da justiça.
E a esmola? Nos convida a imitar a misericórdia de Deus para com o próximo, a quebrar nosso orgulho e a inveja e a partilhar nossos dons espirituais e materiais.
Finalmente, é o cuidado com a espiritualidade, a vida de oração. É o respiro da alma. É o acesso à Palavra de Deus, aos sacramentos da Igreja, á oração pessoal e comunitária. É o cuidado com nosso interior para termos harmonia, paz e um coração feliz. Pois, como diz alguém (Friedmann), "quem não se encontra, nunca está em casa".
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