Quem quiser ser grande, seja o vosso servo. E quem quiser ser o primeiro, seja o escravo de todos.
Neste Evangelho, Jesus apresenta o seu sentido de dignidade e de honra, que é contrário ao do mundo.
Para o mundo, a honra está em ser servido; para Jesus está em servir. E se alguém quer ser o primeiro na sociedade, deve tornar-se o escravo de todos, isto é, entregar-se completamente a serviço.
Essa mensagem foi uma resposta ao pedido dos Apóstolos Tiago e João, de se sentarem ao lado de Jesus, quando ele estiver na sua glória. Eles pediram isso, pensando nas honras conforme o mundo pecador, que é estar por cima, mandar nas pessoas e ser servido por elas.
A indignação dos outros dez Apóstolos mostra que todos buscavam honras, não segundo o Evangelho, mas segundo o mundo. Seguiam Jesus com o corpo, mas a cabeça e o coração ainda estavam longe dele.
Eles caminhavam para Jerusalém "e aqueles que iam atrás estavam com medo". É sempre assim, os medrosos e de fé mais fraca vão atrás, na Comunidade. O medo é sinal de falta de fé e de confiança em Deus.
Nem sempre nós entendemos tudo, mas a fé deve falar mais alto e nos levar a dar o passo, mesmo que seja rumo ao invisível, como fez Abraão, quando partiu de Ur, na Caldéia, sem nem saber para onde ia:
"Abraão, sai de tua terra, do meio de teus parentes, da casa de teu pai, e vai para a terra que eu te vou mostrar... Abraão partiu, como o Senhor lhe havia dito" (Gn 12,1.4).
Quem quiser ser grande, seja o vosso servo. E quem quiser ser o primeiro, seja o escravo de todos.
Jesus dá como exemplo a si mesmo, ao qual Deus Pai entregou todo o universo, e no entanto não buscava "ser servido, mas servir e deu a sua vida como resgate para muitos".
"Irmãos, carregai os fardos uns dos outros e assim cumprireis a Lei de Cristo" (Cl 6,2).
"Filhinhos, não amemos só com palavras e de boca, mas com ações e de verdade! Aí está o critério para saber que somos da verdade; e com isto tranqüilizaremos na presença de Deus o nosso coração. Se o nosso coração, Deus é maior que o nosso coração e conhece todas as coisas" (1Jo 3,18-20).
Se amamos o próximo com ações e de verdade, podemos até tranqüilizar a nossa consciência, se ela nos acusa de pecado. Isso porque o amor cobre os pecados.
Havia, certa vez, um casal já bastante idoso. Um dia, ela falou para ele:
"Olhe, bem, você já não é mais criança e está com problemas cardíacos. Vou fazer-lhe um pedido: Não andar muito longe. Fique só aqui entre os nossos vizinhos".
Ele respondeu: "Ótimo, querida. Mas eu peço a mesma coisa para você". Ela concordou.
Num Domingo, na hora da Missa houve uma prece por uma pessoa que estava doente. Ele pensou: Amanhã cedo eu vou visitá-la. É longe, mas não conto para minha esposa. Ela pensou o mesmo, e não contou para ele.
Na segunda-feira de manhã, ele foi. Pensando que o marido estivesse ali pelos vizinhos, ela também foi.
Chegando à casa do doente, deram de cara um com o outro. Foi uma emoção, tanto para eles como para a família que os recebia. Afinal, não estavam cuidando bem da própria saúde física, mas a saúde espiritual ia muito bem, pois era concretizada no amor ao próximo.
Maria Santíssima gostava de servir. Foi ajudar a prima; ajudou na festa de casamento... Na anunciação preferiu chamar-se de escrava do Senhor. Que ela nos ajude a vencer a indiferença e a descobrir a felicidade de servir.
Quem quiser ser grande, seja o vosso servo. E quem quiser ser o primeiro, seja o escravo de todos.
Pe. Antônio Queiroz
Nenhum comentário:
Postar um comentário