Sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Evangelho - Mc 6,14-29
O Evangelho de hoje pode até amedrontar muitos de pouca fé. Seguir o Cristo é entregar de corpo e alma como fez João Batista, mesmo custando a própria vida. Assim a vida de João Batista foi marcado como aquele que preparou a chegada de Jesus, batizou-o no rio Jordão e pregava o respeito ao Messias. Este legado não poupou a vida, mas mostrou a coerência de um seguidor que realizou suas ações em prol do amor Daquele que salva e dá coragem para batalhar nas horas difíceis.
Herodes até temia e respeitava o bom moço João Batista: com efeito, Herodes tinha medo de João, pois sabia que ele era justo e santo, e por isso o protegia. Gostava de ouvi-lo, embora ficasse embaraçado quando o escutava (v, 20); mas prometeu a uma jovem qualquer pedido publicamente. E lhe jurou dizendo: 'Eu te darei qualquer coisa que me pedires, ainda que seja a metade do meu reino.' Ela saiu e perguntou à mãe: 'O que vou pedir?' A mãe respondeu: 'A cabeça de João Batista.' (vv. 23-24) Teve que cumprir, pois, como afirma o ditado: palavra de rei não volta mais atrás, agora tem que cumprir: entregar a cabeça de João num prato. A cena entristece o rei, pois gostava de ouvir seus ensinamentos.
Anunciar as maravilhas de Deus pode contrariar muitos interesses locais. Mexe com o poder econômico dos dominadores e avaria muitas metas de interesseiros. Calar diante de tantas injustiças sociais pode garantir ao opressor liberdade de agir sem trégua. Irmã Dorothy, Pe Josimo Tavares, Pe Ezequiel Ramim, Margarida ... são exemplos de "profetas" que atenderam ao chamado e tombaram diante do opressor. Entregaram suas vidas por amor da Palavra com o intuito de denunciar as mazelas dos carrascos. Foram até o fim com a proposta de libertar o povo e tentar convencer o povo de Deus para partir para a luta, entretanto, não a luta armada, mas a luta para derrubar os obstáculos que impedem a realização do convívio harmonioso na sociedade.
O profeta é rejeitado por muitos. Suas vidas são vasculhadas. Quase não tem sossego. Mas de repente é alvo do algoz dos traiçoeiros. Fingem compreender, aceita o diálogo, acolhe em seu teto, contudo, sem dizer uma palavra, faz desaparecer, trucida, mata e até zomba. Não duvide de Deus nesta hora, reze, ajoelhe, suplica, invoca o Deus do bem. Faça alguma coisa para este profeta. Defenda-o. Junta a ele e parte para o campo da batalha. Não fique olhando o irmão morrendo por sua causa.
Dar as mãos a que precisa. São tantos os missionários que despojam do seio familiar. Oferece o rosto para defender os fracos e oprimidos, mas, às vezes, não são reconhecidos por aqueles que os ajudou. A verdade é que o coração do homem é pedregoso. Enrijecido. Compacto. Não permite que o sangue novo areje as veias subalternas e padece.
Portanto, a fé pode creditar na força das mudanças necessárias para um novo reino. Que fortaleça um reino de homens e mulheres corajosos e sedentos de conforto. Amém
Abraço fraterno:
Claudinei Oliveira.
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