4 de Fevereiro – 6ª feira
Evangelho - Mc 6,14-29
AS ERVAS DANINHAS DEVEM SER EXTIRPADAS – Nancy
Alguns diziam: "João Batista ressuscitou dos mortos. Por isso os poderes agem nesse homem." Outros diziam: "É Elias." Outros ainda diziam: "É um profeta como um dos profetas."
A introdução deste texto ressalta a dimensão profética daqueles que precederam Jesus Cristo. Mas a própria história bíblica relata o martírio de suas vidas em virtude de serem cumpridores das Sagradas Escrituras e proclamadores da Palavra de Deus: anunciando, denunciando, expondo a verdade ao povo.
Foi assim naquele tempo! Ninguém tinha coragem de denunciar as coisas erradas, e os escândalos eram colocados por debaixo dos tapetes. Nem se fala, então, se os personagens envolvidos nesses escândalos fossem as autoridades, os doutores da lei, ou aqueles conhecidos entre nós, hoje, como chefes do 1º escalão.
Eis que chega, tempo depois, o Messias: o Menino Jesus. E o que mudou?
Mudou a vida dos sofredores e marginalizados da sociedade que conseguiram ver, ouvir, caminhar, conhecer e seguir o Salvador do Mundo – Jesus Cristo.
Mudou a vida da classe nobre que, com a vinda e a missão profética de Jesus de Nazaré entre os povos, trouxera uma verdadeira revolução – se assim podemos dizer. Revolução, sem armas e nem guerra, mas que mexeu na estabilidade das estruturas política e social, sacudindo os alicerces do sistema vigente, deixando sem chão as autoridades e doutores da Lei de Israel.
Podemos compreender o "porque" dos muitos profetas como João Batista, Elias, Jesus Cristo, entre inúmeros apóstolos de Jesus, serem exterminados. Era esta uma maneira de desobstruir o caminho, extirpá-los como ervas daninhas que proliferam, tomando conta de todo o chão. Quanto perigo!
Ainda hoje, vez por outra, veiculam notícias de lideres religiosos, pacificadores que pregam e agem pela justiça social, e são eliminados do caminho. Arquivo morto! – dizemos.
Neste evangelho de Marcos pudemos conhecer melhor o martírio de João Batista, profeta muito querido e respeitado pelo povo, a quem se dirigiam muitas pessoas para ouvi-lo, inclusive o Rei Herodes.
João Batista, entretanto, falava as verdades duras, nuas e cruas ao rei com relação às suas atitudes. Ele o desmascarava, jogando em sua cara verdades que ele não gostava de ouvir, condenando o seu matrimônio com Herodíades, a esposa de seu irmão Felipe – um comportamento proibido pela lei. Até que pudemos ver o seu final: ter a cabeça decepada!
E hoje, perguntamos: é diferente? Os seguidores do Mestre estão livres do cativeiro, podendo pregar, anunciar, denunciar, conscientizar o seu povo acerca dos seus direitos?
Muitos ainda são mortos em defesa da verdade. Muitos são rejeitados e excluídos pelo caráter forjado na fé, na caridade e na sinceridade. Mas ainda existem evangelizadores e missionários que denunciam o sistema que aí está, mesmo sendo criticados por isso.
Olhemos para o bispo católico – Dom Manuel Edmilson da Cruz, da diocese de Limoeiro do Norte – CE, que teve a coragem de rejeitar a "Comenda de Direitos Humanos Dom Helder Câmara", publicamente no Congresso, em protesto ao Senado Federal e parlamentares pelo abusivo aumento salarial de 61%.
Em tempo: "Ainda existem profetas em nosso meio e neste mundo de hoje."
P.S. Aqueles que desejarem ler o pronunciamento de recusa da comenda do bispo Dom Manuel, acessar:
Bispo emérito de Limoeiro do Norte recusa comenda entre no senado
Abraços fraternos.
Nancy - professora
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