15 de novembro 2009 domingo
Primeira Leitura: Daniel 12, 1-3
Segundo a poética conclusão à revelação do que está escrito no livro da verdade, a grande tribulação do fim dos tempos resultará na justificação do eleito de Deus. Mikael, o anjo padroeiro de Israel, se levantará para auxiliar a redenção de Israel. Muitos que dormem no solo poeirento despertarão, uns para a vida eterna, outros para o horror eterno. Essa promessa de ressurreição para a recompensa e o castigo individuais quase não tem paralelo no Antigo Testamento. Aos fiéis que não cederam nos tempos de perseguição é prometida a recompensa eterna. Compare a visão veterotestamentária mais difundida de que todos os mortos habitam o Sheol; embora não sendo um lugar de retribuição, ali era eliminada a comunhão com Deus.
Segunda Leitura: Hebreus 10, 11-14.18
Este texto da carta dos Hebreus repete o contraste entre o sacrifício único de Cristo e os holocaustos de outrora.
A conclusão é que, com a nova aliança, na qual Cristo é o novo e único cordeiro que será oferecido ao Pai. Ele foi o mediador entre nós e O Pai, se oferecendo para ser imolado em um único holocausto, e alcançando assim o perdão dos nossos pecados. Desta forma, não se tem mais necessidade de se fazer sacrifícios. Foi por isso que Jesus disse mais ou menos assim: Eu sou o Novo Cordeiro, e agora é a Nova Aliança. E Eu não quero mais sacrifícios, mas sim caridade.
Portanto, acender 500 velas, subir o Monte Santo de joelho, rezar 900 Pai Nossos (sem a devida atenção), ficar se torrando no Sol, ficar sem beber água ou coisa parecida, para o perdão dos pecados veniais, deve ser substituído pela esmola, ou caridade em geral. Porque não obstante o sacrifício de Cristo na cruz, nós voltamos a pecar e precisamos nos redimir, mas por meio do jejum, recomendado por Cristo, e principalmente pela caridade.
Evangelho: Marcos 13, 24-32
Em verdade vos digo: não passará esta geração sem que tudo isto aconteça. Passarão o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão. A respeito, porém, daquele dia ou daquela hora, ninguém o sabe, nem os anjos do céu nem mesmo o Filho, mas somente o Pai.
Jesus está falando sério! Isso é escatologia. E Jesus está falando sobre o fim dos tempos, Ele descreve as tribulações que vão acontecer no dia da manifestação do Filho de Deus. No dia em que Ele vai julgar os vivos e os mortos, Cristo glorioso revelará a disposição secreta das mentes de todos e retribuirá a cada um segundo suas obras principalmente de caridade e segundo tiver acolhido ou rejeitado sua graça. No fim dos tempos, o Reino de Deus vai chegar à sua plenitude. Depois do Juízo Universal, os justos reinarão para sempre com Cristo, glorificados em corpo e alma, e o próprio universo será renovado.
Prezados irmãos. Naquele dia, seremos julgados, principalmente pela nossa atitude para com os necessitados. E gostaria de aproveitar essa reflexão para ressaltar que a caridade tem um duplo valor: Além de nos salvar no julgamento final, ela tem o poder de nos purificar dos pecados leves ou veniais.
Das virtudes: Fé, Esperança e Caridade, a caridade é a mais forte delas. Por que a caridade é a forma de penitência mais eficaz para que sejamos limpos ou perdoados dos nossos pecados leves. Veja o que diz o Catecismo da Igreja Católica:
“Como o alimento corporal serve para restaurar a perda das forças, a Eucaristia fortalece a caridade que, na vida diária, tende a arrefecer; e esta caridade vivificada apaga os pecados veniais.”
Então? O que estamos esperando? Não vamos ficar aqui parados... Mãos a obra, vamos praticar a caridade já. Porque não sabemos o dia do Juízo Final.
Caríssimos. Esta vida é uma viagem, na qual não temos pressa de chegar no seu final. Porque o final desta caminhada, é a morte, é o Juízo final.
A morte é o fim da peregrinação terrestre do homem, do tempo de graça e de misericórdia que Deus lhe oferece para realizar sua vida terrestre segundo o projeto divino e para decidir seu destino último. Quando tiver terminado "o único curso de nossa vida terrestre", não voltaremos mais a outras vidas terrestres. "Os homens devem morrer uma só vez". Não existe "reencarnação" depois da morte.
A morte põe fim à vida do homem como tempo aberto ao acolhimento ou à recusa da graça divina manifestada em Cristo. O Novo Testamento fala do juízo principalmente na perspectiva do encontro final com Cristo na segunda vinda deste, mas repetidas vezes afirma também a retribuição, imediatamente depois da morte, de cada um em função de suas obras e de sua fé. A parábola do pobre Lázaro e a palavra de Cristo na cruz ao bom ladrão assim como outros textos do Novo Testamento, falam de um destino último da alma pode ser diferente para uns e outros. (Catecismo da Igreja Católica)
Não temos certeza para onde vamos. Tudo depende do resultado do julgamento, ou melhor, tudo depende de como vivemos a nossa vida hoje.
A incerteza de estarmos preparados ou não para passar no Julgamento, e o fato de não sabermos o dia e a hora, nos deixa em desequilíbrio existencial constante.
Estar preparado é estar em estado de graça no último momento, no último suspiro. Mas como isso é possível, se a cada momento da nossa caminhada nós tropeçamos e caimos, por causa de tantas tentações que vivem à solta em volta de nós. Geralmente cometemos mais pecados leves mais pecamos, caímos.
Mais é bom lembrar que alem da penitência, do jejum e da caridade, temos a absolvição geral no começo de cada missa, no ato penitencial quando pedimos perdão e o sacerdote intercedo por nós, dizendo: Deus todo poderoso, cheio de bondade e misericórdia infinita, tende piedade de nós. Perdoe os nossos pecados e nos conduza à Vida Eterna. Isso é uma absolvição para os pecados veniais. Por isso, não chegue mais atrasado(a) na missa. Por outro lado, mesmo com essa absolvição geral, os rascunhos dos pecados veniais vão se acumulando em nossa alma de tal forma, que periodicamente, precisamos de uma limpeza geral, de uma boa confissão. Vejam. Os Oceanos são formados de gotas de água. De pecadinho em pecadinho, o nosso ESTADO DE GRAÇA vai ficando SEM GRAÇA... Por isso é que precisamos, repito, de vez em quando, confessar, para estar sempre preparados.
Se soubéssemos quando seria o dia, e a hora, dias antes cuidaríamos de nos preparar com seriedade. Arrependendo-nos, rezando, confessando e comungando para sermos aprovados ou perdoados no julgamento final.
Mas acontece que não é assim que funciona o Plano de Deus a nosso respeito. Ele quer que durante a nossa vida inteira nos preocupemos e nos esforcemos em estar sempre preparados, como se estivéssemos vivendo o último dia de nossa existência terrena, preparados para a chegada do Reino de Deus.
E este Reino de Deus já deveria ter começado dentro de cada um de nós. Porque se cada um vivesse o verdadeiro amor a Deus e a próximo, seríamos felizes de uma alegria contagiante. E estaríamos valorizando o Plano de Deus de vir até nós por meio de Seu Filho que veio nos dizer que Deus pai é bom, nos ama e quer nos salvar. Ele nos ensinou a construir um mundo melhor: feito de paz, de igualdade, de justiça, de respeito entre as pessoas. E a esse mundo transformado, ele chamou de REINO DE DEUS. E esse reino de amor de Deus deve ser preparado dentro de cada um de nós. Ele deve brotar de dentro de nós. Assim: em tudo que eu faço devo demonstrar que Deus está comigo, porque eu estou em harmonia com Ele e com meus irmãos. Nos meus atos devo mostrar que sou uma pessoa de Deus. Ou seja. Se o reino de Deus está dentro de cada um de nós, ele deve ser revelado em nossas atitudes. Por exemplo: quando sou alegre, verdadeiro, honesto, obediente, justo, trabalhador, estudioso etc, é porque Deus está dirigindo os meus atos, e o seu Reino da paz e de fraternidade está acontecendo e brotando de dentro de mim para fora, para os irmãos, até a chegada do Juízo Final.
Sal
Muito, muito bom mesmo, este comentario ajuda a esclarecer algumas duvidas que pairãom muitas vezes em nossos encontros, quando falamos sobre o fim dos tempos, vigiai, o fim esta proximo, temos que nos preparar, estarmos atentos, pois quando chegar, o tempo já se foi, não da para mais nada.
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