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8 de abr. de 2011

PORVENTURA O MESSIAS VIRÁ DA GALILÉIA? – Nancy



9 de Abril de 2011: sábado

Evangelho - Jo 7,40-53

“NINGUÉM JAMAIS FALOU COMO ESSE HOMEM – UM DIFERENCIAL DE JESUS!” – Nancy

A importância da linhagem elitista, ou seja, da nobreza, era algo enraizado na cultura do povo de Israel. Por isso somente os descendentes de Davi poderiam ocupar altos cargos na pirâmide social do sistema político-religioso daquela época.
Os textos da Escritura Sagrada confirmam a incredulidade dos chefes, dos sumos sacerdotes e dos fariseus acerca do surgimento de um profeta advindo da Galiléia. Essa idéia para eles era abominável, o Messias viria de Belém, povoado de Davi!
No âmago dessa questão, supomos que o ponto nevrálgico reside no realce do Filho do Homem entre o povo judeu, causando espanto e admiração inclusive nos guardas que não tiveram coragem de prendê-lo, conforme narrativa abaixo, em destaque, do evangelista João:
Então, os guardas do Templo voltaram para os sumos sacerdotes e os fariseus, e estes lhes perguntaram: “Por que não o trouxestes?” Os guardas responderam: “Ninguém jamais falou como este homem.”
A atitude não só dos guardas, como também dos discípulos e seguidores de Jesus é natural, e nos lembra aquele líder que se destaca no seu primeiro discurso, empolga o povo e, ao mesmo tempo, conquista para si um monte de adversários. Motivo: liderança, obras, sabedoria, inteligência e, portanto, ameaça consumada às estruturas sociopolíticas vigentes. Um perigo – podemos dizer!
A fim de ilustrarmos melhor, apreciemos o fragmento do texto “Medo da Inteligência”, de autor desconhecido, e compartilhemos a realidade do nosso mundo de hoje, que permanece inalterável no quesito “poder e autoridade”, como há mais de dois mil anos.
O velho pôs a mão no ombro de Churchill e disse em tom paternal:
“Meu jovem, você cometeu um grande erro. Foi muito brilhante nesse seu primeiro discurso na Casa. Isso é imperdoável! Devia ter gaguejado um pouco. Com a inteligência que demonstrou hoje, deve ter conquistado, no mínimo, uns trinta inimigos. O talento assusta.”
Pois bem, como fugirmos desta triste realidade vivida por Jesus Cristo há séculos e mais séculos... Como não mostrar indignação diante de fatos semelhantes? Podemos negar a verdadeira lição deste texto que pode ser considerado um fosso entre o que desejamos para o nosso mundo, comunidade, nossa vida, e o que vemos, vivenciamos e presenciamos em nossos dias? Dá para entender a grandeza da sábia missão do Mestre Jesus, entre nós, quando fora enviado e ungido pelo Pai? Missão esta que pregamos e comungamos na vivência católica, em contraposição aos ditames sociais desta contemporaneidade.
Queridos irmãos, sabemos o quanto o brilho incomoda as pessoas. E, principalmente quando o brilho desloca o foco para outros raios que não sejam do clã dos poderosos, causando sombra... Mas Jesus Cristo não apenas era dotado, por herança divina, de um brilho iridescente, que ofuscava tudo e todos. Brilho interior, brilho próprio, que nada, que ninguém poderia apagar. Porque Ele vive, Ele reina, Ele é Deus e Senhor do Universo.
Podemos reiterar: embora a morte física e corpórea tenha tirado o Mestre do meio do povo, de forma trágica e violenta, a ressurreição, no entanto, veio de maneira gloriosa no terceiro dia.
Reflitamos: como está a nossa vida de missionário na paróquia, na pastoral, no dia a dia de trabalho, na convivência com o irmão? Também nos incomodamos com o brilho do outro, tentando apagar a sua luz, ou nos juntamos a ele para transformar o seu e o nosso ambiente numa grandiosa explosão luminosa, espalhando a luz e o brilho a todos ao nosso redor?
Peçamos ao Pai e a seu Filho Jesus o discernimento para sermos irradiadores da luz. Amém!
Fraternos abraços.
Nancy - professora
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