"QUEM DENTRE VÓS NÃO TIVER PECADO, SEJA
O PRIMEIRO A ATIRAR-LHE UMA PEDRA"
11 de abril de 2011: 2ª feira
EVANGELHO - JO 8,1-11
"QUANDO UM NÃO QUER, DOIS NÃO BRIGAM" – Nancy
Como de costume Jesus vai ao monte para orar, desta vez no monte das Oliveiras, e volta ao templo para se reunir ao povo, pregando a palavra de Deus.
O fato central desta narrativa de São João, no texto de hoje, é o adultério cometido por uma mulher, fato este considerado pecaminoso e condenatório na Lei de Moisés.
A participação da mulher na vida social, política e religiosa, naquele tempo (é importante frisar!), era praticamente inexistente, haja vista que a mulher era excluída de inúmeras atividades, fora do contexto doméstico, concedidas apenas ao sexo masculino, em virtude do sistema do patriarcalismo.
Aqui aparecem em cena novamente os judeus (letrados e fariseus), instigando Jesus Cristo, com o intuito de condená-Lo. E o foco deste evangelho é uma mulher pega em flagrante no adultério.
Relembremos que a Lei Mosaica prescrevia a morte a toda mulher que cometesse tal delito, devendo ser apedrejada diante de todos! Sem dó e nem piedade!
Diante de tal ocorrência, trazida pelos judeus até Jesus, para que Ele – justo, misericordioso e cumpridor da lei de Israel – se posicionasse, despertou-se o olhar de toda a multidão. Todos esperavam pela resposta do Mestre, com certeza condenando aquela transgressora da Lei.
No entanto, o Messias, abundante não só em conhecimento e sabedoria, mas principalmente pleno do Espírito Santo, limita-se a escrever, ou a fazer de conta que escreve, na areia e não responde nada. "Estaria nessa atitude refletindo primeiro o problema para depois se posicionar?" – perguntamos. "Com certeza!" – retorquimos.
E Jesus devolve o problema aos acusadores da mulher e para o povo que o escuta, e assiste, dizendo: "Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra."
Qual não fora a surpresa! Todos, um a um, foram saindo. Ninguém mexeu um dedo sequer para atirar uma pedra na mulher, conforme narrativa de João: "E eles, ouvindo o que Jesus falou, foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos; e Jesus ficou sozinho, com a mulher que estava lá, no meio do povo."
Pois bem, Jesus demonstrou amar incondicionalmente aquela pecadora. Contudo, não subentendia com tal atitude a admissão do adultério. Muito pelo contrário: não julgou e nem condenou aquela pecadora, mas não deixou de condenar o pecado. Pecado que sabia ele, ninguém estaria ou está imune de cometer. Sem falar, em alto e bom tom, que referido adultério era visto e julgado tendo como parâmetro a mulher como culpada, pecadora... Eximia-se o homem como parceiro do erro, da culpa, da cumplicidade. Afinal, o dito popular: "Quando um não quer, dois não brigam" ainda continua real em nossa vida, em nossos relacionamentos. Ou não?
Entretanto Jesus admoesta aquela mulher a não pecar mais, a arrepender-se e mudar de vida. Confiram: "Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?" Ela respondeu: "Ninguém, Senhor." Então Jesus lhe disse: "Eu também não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais."
Caros irmãos e irmãs: neste evangelho meditamos sobre o adultério cometido entre um homem e uma mulher, no sentido de traição ao compromisso do matrimônio – um pecado deveras grave!
No entanto, lembremos que como ser humano, somos sujeitos a cometer outras formas de adultério, também gravíssimos, pecaminosos, no nosso dia a dia em casa, na comunidade, no trabalho. Por exemplo: distorcendo uma notícia ou fato, denegrindo a imagem de algum irmão; ou mesmo adulterando um documento, dando uma informação inverídica para prejudicar o andamento de algum trabalho ou projeto, sendo cúmplice na puxada do tapete de algum dos nossos irmãos...
Que Deus nos livre de sermos hipócritas e mesquinhos, cometendo o adultério. Deus nos livre de sermos similares tanto à mulher pecadora deste cenário quanto aos fariseus e mestres da Lei, julgando e condenando os irmãos. Quiçá sejamos semelhantes a Jesus no pensar, sentir e agir: misericordiosos, cautelosos no julgar e condenar, plenos do Espírito Santo de Deus. Amém! Aleluia!
Fraternais abraços.
Nancy - professora
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