14 de Dezembro – Segunda
(Lucas 3,10-18)
A segurança e a sabedoria de Jesus ao falar muito incomodava as autoridades religiosas principalmente os fariseus. Um Galileu de origem pobre, que não tinha nenhum estudo específico, como podia falar com tanta segurança, qual a origem do seu imenso saber?
Os sumos sacerdotes e os anciãos do povo ficavam muito intrigados, enciumados e preocupados com a sua posição social abalada por um indivíduo que não pertencia a sua classe social superior. Aquilo para eles era uma verdadeira afronta. E por isso perguntaram. Com que direito fazes isto? Equivalente a dizer. Quem você pensa que é? Aqui só nós podemos cantar de galo. Você é sapo de fora!
Será que eu já vi este filme? Acho que sim. Certa vez, juntamente com a minha namorada que fazia junto comigo um trabalho catequético com a antiga Cruzada Eucarística num bairro pobre, fomos visitar outra comunidade próxima na intenção de estender a nossa experiência com crianças pós Primeira comunhão. Quando lá chegamos na Capela de N. S. Aparecida, liderávamos uma reunião na qual esboçávamos as nossas experiências realizadas nas outras comunidades, e propusemos montar também ali, um trabalho semelhante. Ah, pra que! Lá pelo meio da conversa, uma líder local questionou a nossa atitude, dizendo: Bem pessoal. As nossas reuniões precisam ser mais democráticas. Hoje parece que é o Sal e a Rose que estão liderando, mais das próximas vezes, precisamos nos revezar. Aquilo foi como um barril de água gelada na nossa proposta de um trabalho catequético naquela comunidade de jovens operários. Ficamos sem ação, sem fôlego para continuar. A Rose muito otimista, com um sorriso tentou se explicar, e justificar a nossa real intenção ali. Tentei deixar bem claro que não estava a fim de tirar o “cargo” de ninguém, nem de ser o dono da verdade. Mas logo percebi que estava diante de ferrenhos líderes socialistas e não necessariamente diante de catequistas católicos. Isto aconteceu por volta dos anos 60 e alguns detalhes eu já não os tenho com muita clareza. Só quero comparar esta experiência, com o evangelho de hoje. Às vezes, tentamos nos introduzir em alguma comunidade, e parece que alguém nos olha com um ar de quem está querendo perguntar. Com autoridade você faz isso?
Prezados irmãos. O nosso saber, o qual vem dos nossos estudos e da iluminação do Espírito de Deus, deve ser compartilhado, e não invejado. Em vez de nos sentir ameaçados, diante de uma irmã, diante de um irmão que tem o dom de falar, de explicar maravilhosamente a mensagem de Jesus Cristo, nós deveríamos convidá-lo para fazer umas palestras na nossa comunidade, e em quantos lugares nós conhecemos que está precisando de uma força nova para conduzir o povo à conversão.
Jesus poderia muito bem ter respondido que a sua autoridade e sabedoria lhe vinha de Deus Pai que o enviou. Mas Ele preferiu lançar um enigma inventado na hora. O qual deixou os seus oponentes em um beco sem saída.
Que Jesus nos ajude para entre nós evangelizadores não haja competição, nem inveja, mas sim, cooperação, compartilhamento e muita fraternidade. Porque aquele que quiser ser o maior deve ser o menor entre todos, se tornando simples e inocentes como uma criança.
Sal.
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