Sexta-feira, 15 de outubro de 2010
"Aquilo que se obtém com violência só se pode conservar pela violência." (Mahatma Gandhi)
Lc 12,1-7
Tomai cuidado com o fermento dos fariseus, que é a hipocrisia!
Neste Evangelho, Jesus nos alerta a tomarmos cuidado com os hipócritas, pois esse tipo de pecado está espalhado em toda parte, e age como o fermento. De forma quase imperceptível, mas em pouco tempo, a hipocrisia transforma e corrompe toda a Comunidade. Daí a comparação com o fermento.
Hipocrisia é o fingimento de pessoas que escondem suas maldades e pecados, a fim de dar uma aparência de bons e de santos. Ela é como praga de lavoura ou vírus de computador: pode estragar toda uma Comunidade cristã.
As crianças e os jovens, que não têm muita experiência de vida, acreditam que essas pessoas são santas mesmo, e começam a imitá-las e a tê-las como seus modelos de vida cristã. De repente, a máscara cai, e vem o desânimo. Não vou acreditar em mais ninguém, pensam eles. Lá na esquina está o traficante, oferecendo outro caminho de “felicidade”.
Quando o lado “podre” dos hipócritas aparece – e aparece mesmo, porque nada há de oculto que não seja revelado – o bairro todo fica sabendo – porque notícia ruim se espalha rápido – e vêm as críticas em cima da Comunidade toda. Esta perde o brilho, o encanto, e começa a se esvaziar. E ninguém se lembra que noventa por cento dos membros da Comunidade não são hipócritas!
No Evangelho de hoje, Jesus procura nos convencer a não termos medo de nada. Ele lembra que o nosso maior tesouro, a vida após a morte, ninguém pode nos tirar. O máximo de mal que alguém pode nos fazer é matar o nosso corpo, mas este um dia vai morrer mesmo, e Deus o ressuscitará. Devemos ter um medo filial, um santo temor, somente de Deus
E Deus está conosco, um amigo super poderoso, que zela até pelos pardais, quanto mais por nós, seus filhos e filhas! Deus sabe até quantos cabelos temos na cabeça!
Nossos maus exemplos e más palavras agem também como mau fermento nas pessoas; de forma lenta e quase imperceptível, vão corrompendo a família, a Comunidade, o ambiente de trabalho...
A PARÁBOLA
Certa vez, um homem caminhava triste e solitário, deixando a cidade e subindo uma montanha próxima.
Quando estava no meio da subida, encontrou-se com um lenhador. Este, ao vê-lo tão amargurado, perguntou-lhe: “O que você tem, amigo? Por que está assim, com a cabeça baixa, testa franzida, cara fechada?”
O homem falou: “Eu me sinto muito só e infeliz”. O lenhador aproximou-se dele, cheio de afeto e compreensão, e disse: “Eu passo o dia todo aqui e não me sinto sozinho, pois Deus está comigo”.
Em seguida, pediu para o homem olhar para trás e ver a cidade lá embaixo. Era de manhã e o sol batia nas casas.
“Você está vendo as casas”, disse – “Algumas estão com as janelas fechadas e o sol não entra. Outras estão com as janelas abertas, e nestas o sol está entrando. O nosso coração é como aquelas casas. Se nós abrirmos as janelas dele, a luz entrará. Veja esta natureza tão bela ao nosso redor. Deus nos mostra o seu rosto, o seu coração. Deixe que o sol entre dentro de você também. Através da natureza, você encontrará Deus, o seu grande amigo, que caminha sempre ao seu lado”.
Ao ouvir essas palavras do lenhador, o semblante do homem se transformou. Agradeceu, despediu-se e continuou subindo a montanha.
A hipocrisia age como o fermento. Mas o amor e o bom exemplo também agem. Vamos testemunhar o bem, deixar que a luz de Deus, que brilha em nós desde o batismo, se irradie, iluminando ao nosso redor.
Maria Santíssima não procurava dar uma aparência melhor do que ela era realmente. Mesmo não tendo pecado, era humilde e se reconhecia indigna dos favores de Deus. Que ela nos ajude no testemunho da verdade, da humildade e da transparência. Santa Maria, rogai por nós!
Vera Lúcia
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