30/10/2010
Lc 14,1.7-11
Quem se eleva, será humilhado e quem se humilha, será elevado.
Jesus notou que, nas festas, as pessoas ocupavam os primeiros lugares. Então contou a parábola dos convidados ao banquete, ensinando que, nos banquetes de festa, ocupemos os últimos lugares.
Essa humildade tem a ver com o banquete no Reino de Deus, que é para os humildes, como cantou Maria no magnificat: “derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes”. A simplicidade e a humildade constituem uma opção básica do discípulo que vive na fraternidade do Reino.
Humildade provém do latim “humilis”, que por sua vez deriva de “húmus” = terra. Humildade é estar ao nível do solo e se mover sem sair dali. “A humildade é a verdade” (Sta. Teresa). Ela é a verdade “somos pó e ao pó voltaremos”.
“Se me glorifico a mim mesmo, a minha glória não vale nada. Quem me glorifica é meu Pai” (Jo 8,54).
“Quem quiser ser o primeiro entre vós, seja o escravo de todos” (Mc 10,43).
“Aprendei de mim que sou manso e humilde coração, e encontrareis descanso” (Mt 11,29).
“Haja entre vós o mesmo sentir e pensar que no Cristo Jesus... Ele humilhou-se, fazendo-se obediente até a morte – e morte de cruz!” (Fl 2,5-8). Quantos problemas e pecados acontecem, por falta de humildade!
“Deus resiste aos soberbos, mas dá a sua graça aos humildes” (Tg 4,6).
Há humildes passivos e humildes ativos. Passivos são os que são humilhados pelos outros, mas sem que busquem o rebaixamento. Ativos são os que se fazem humildes por opção pessoal, como o convidado que se senta no último lugar. E há também a humildade de anzol: sabendo que o povo gosta de pessoas humildes, a pessoa se humilha só para obter honras e glórias.
A humildade sincera é indispensável para a vida em Comunidade.
Havia, certa vez, um homem que era bom, e muito humilde. Ele gostava de fazer o bem para as pessoas, mas não queria de modo algum chamar a atenção para si mesmo.
Um dia, seu Anjo da Guarda lhe apareceu e disse: “Deus quer que você seja um instrumento dele para distribuir o seu amor às pessoas. O Senhor me mandou perguntar-lhe de que jeito você quer distribuir as bênçãos de Deus. Quer o dom da palavra? O dom de escritor? Um dom artístico?...
O homem pensou... e disse ao anjo: “Eu tenho medo de, recebendo esses dons que você citou, o povo começar a atribuir a mim os benefícios e deixar Deus de lado. Tenho medo também de eu me envaidecer e pensar que eu é que sou o tal. Por isso, diga ao Senhor que eu gostaria que ele abençoasse a minha sombra. Porque, como a sombra fica atrás de mim, as pessoas que receberão as bênçãos não verão o meu rosto nem eu verei o rosto delas nem saberei que benefícios receberam.
E assim aconteceu. Quando aquele homem passava, a sua sombra, atrás dele, atraía as melhores graças para o povo: saúde, inteligência, paz, conversão dos pecadores, emprego, reconciliação etc.
E ninguém ficou sabendo que esses benefícios vinham através da sombra daquele homem. E nem o homem via, pois ele já havia passado.
Vamos também procurar fazer o bem, mas com humildade, atribuindo tudo a Deus.
Maria Santíssima era uma pessoa humilde. Ela nunca se promoveu a si mesma. E, quando se referiu a si mesma, chamou-se de escrava: “Eis aqui a escrava do Senhor”. Que Nossa Senhora nos ajude a ser cada vez mais humildes.
Vera Lúcia
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