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15 de out. de 2010

A pobre viúva e sua oferta - Pe. Paulo

22 de Novembro – A pobre viúva e sua oferta.

Evangelho - Lc 21,1-4

Viu também uma pobre viúva que depositou duas pequenas moedas.

Quando o menos vale mais

Jesus alertou os discípulos para tomarem cuidado com os doutores da lei, que gostavam de aparecer e ocupar os melhores lugares, explorando as viúvas e disfarçando tal injustiça com longas orações.
Trata-se de alerta atual para não se deixar enganar ou explorar por pessoas que, em nome da religião, cometem
os maiores desatinos a fim de satisfazer
ao próprio desejo de poder, prestígio e riqueza.

As injustiças disfarçadas de religião, de fato, estão entre as coisas mais abomináveis que podem existir, pois transformam Deus em instrumento de exploração e privam o ser humano de sua dignidade.

E não é à toa que Jesus chama atenção para as viúvas, que representavam naquele tempo as pessoas mais indefesas da sociedade.
Em atitude oposta
à dos que exploravam os outros em nome da religião e ofertavam o supérfluo, a viúva explorada, ao depositar duas moedinhas, entregou no templo tudo o que tinha para viver.

Essa atitude da viúva, de total confiança em Deus, é a única coisa boa que Jesus encontra em Jerusalém.
Mas,
ao elogiá-la, Jesus como que lança para nós uma pergunta: a relígião tem o direito de tirar de uma pobre viúva o pouco que lhe resta?

Deus não precisa do nosso dinheiro. As ofertas que fazemos, em forma de dízimo ou outras doações, consideradas ofertas "para Deus", concretamente se destinam tanto a manter o bom funcionamento da comunidade ou paróquia como a ajudar os mais necessitados com projetos sociais específicos. É algo que fazemos com fé, e Deus pode medir o espírito de participação e compromisso com que ofertamos.

Sempre encontraremos alguém mais pobre (e Jesus diria: mais generoso) que nós, a mostrar algo mais que podemos ser e fazer pelos outros e a despertar em nossa consciência uma atitude religiosa que verdadeiramente agrade a Deus. A
atitude de quem oferece
o essencial da preocupação e do compromisso
com
o projeto de Deus, que é o bem de todo o seu povo. Quanto nos doamos com o que doamos?

Pe. Paulo Bazaglia, ssp

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