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12 de out. de 2010

A viúva e o Luiz - Missionários Claretianos

13 de Novembro

Evangelho - Lc 18,1-8

Evangelho: Lucas 18, 1-8

Deus fará justiça aos seus escolhidos que gritam por ele.

Jesus propôs esta parábola para convidar os discípulos a não desanimarem no seu intento de implantar o reinado de Deus no mundo. Para isso, deveriam ser constantes na oração como a viúva o foi em pedir justiça até ser ouvida por aquele juiz que fazia ouvidos moucos à sua súplica. Sua constância, que raia ao exagero, levou o juiz a fazer justiça à viúva, libertando-se assim de ser importunado por ela.


Esta parábola do evangelho tem um final feliz, como tantos outros, ainda que assim não aconteça sempre na vida. Porque, quanta gente morre sem que se lhe faça justiça, apesar de ter estado na vida suplicando a Deus do céu? Quantos mártires esperaram em vão a intervenção divina no momento de sua execução? Quantos crentes se perguntam até quando vai durar o silêncio de Deus, quando vai intervir neste mundo de desordem e de injustiça legalizada? Como permite o Deus da paz e do amor essas guerras sangrentas que destroem o meio ambiente? Como permite a fome, a desigualdade crescente entre países e entre cidadãos?


Em meio a tanto sofrimento, ao crente fica cada vez mais difícil rezar, entrar em diálogo com esse Deus a quem Jesus chama de “pai”, para pedir-lhe que “venha a nós o teu reinado”. Desde a noite escura desse mundo, desde a injustiça estrutural, fica cada dia mais duro crer nesse Deus apresentado como onipotente e onipresente, justiceiro e vingador do opressor.


Ou talvez se tenha que cancelar para sempre essa imagem de Deus com tão pouca base nas páginas do evangelho. Porque, lendo-as, fica a impressão de que Deus não é nem onipotente nem impassível – ao menos não exerce – mas débil, sofredor, “padecente”; o Deus cristão se revela mais dando a vida do que impondo uma determinada conduta aos humanos; marcha na luta reprimida e frustrada de seus pobres e não na cabeça dos poderosos.


O cristão, consciente da companhia de Deus em seu caminho para a justiça e a fraternidade, não deve desfalecer, mas insistir na oração, pedindo força para perseverar até implantar seu reinado em um mundo onde dominam outros senhores. Somente a oração poderá manter a esperança.


Deus não nos larga a mão. Pela oração sabemos que Deus está conosco. E isto nos deve bastar para continuar insistindo sem desfalecer. O importante é a constância, a tenacidade. Moisés teve essa experiência. Enquanto orava, com as mãos levantadas no alto do monte, Josué ganhava a batalha; quando as abaixava, isto é, quando deixava de orar, os amalecitas, seus adversários, venciam.

Os companheiros de Moisés, conscientes da eficácia da oração, o ajudaram a não desfalecer, sustentando-lhe os braços para que não deixasse de orar. E assim esteve – com os braços levantados, isto é, orando insistentemente – até que Josué venceu os amalecitas. De modo ingênuo o texto ressalta a importância de permanecer na oração, de insistir diante de Deus.


Na segunda leitura, Paulo também recomenda a Timóteo que seja constante permanecendo no aprendizado das Sagradas Escrituras, onde se obtém a verdadeira sabedoria que, pela fé em Cristo Jesus, conduz à salvação. O encontro do cristão com Deus deve realizar-se através da escritura, útil para ensinar, repreender, corrigir e educar na virtude.

Deste modo, estaremos equipados para realizar toda obra boa. O cristão deve proclamar esta parábola, insistindo a tempo e fora do tempo, repreendendo e reprovando a quem não o tenha em conta, exortando a todos, com paciência e com a finalidade de instruir no verdadeiro caminho que se nos mostra nela.


Para quem tem uma mentalidade moderna, que não imagina um Deus como alguém que está “aí fora” e “aí em cima” dirigindo os acontecimentos deste mundo, a oração clássica de petição mudou de sentido. Em um primeiro momento, damos menos valor à oração de petição: descobrimos seu caráter egoísta e sua intenção de “utilizar a Deus”, “servir-se” dele mais que servi-lo.

Chega o momento em que assimilamos esta situação de estar no mundo sem um “Deus tapa buracos” e vemos menos sentido em estar recorrendo a ele a cada instante. Vamos assumindo este estar no mundo “etsi Deus non daretur” (Grotius), como se Deus não existisse. Ou, como disse Bonhoeffer: nós nos sentimos chamados a viver diante de Deus, porém sem deus, um deus que quer nossa responsabilidade adulta.


A oração continua tendo sentido, obviamente, porém outro sentido que o de andar estabelecendo trocas (“eu te dou para que tu me dês”) com o “deus de lá de cima” que pode melhorar a saúde ou facilitamos alguma dificuldade do caminho removendo os obstáculos. A oração é outra coisa, para outra finalidade, e continua sendo necessária como a respiração.


Com uma “segunda ingenuidade”, cabe a permissão em uma forma leve (light) de oração de petição, aquela na qual sabemos que não pretendemos realmente uma “troca” com Deus, nem colocá-lo de lado (influir em suas decisões, fazê-lo mudar de atitude), mas simplesmente permitir que nos expressemos diante de Deus e diante de nós mesmos e de nossas inquietações, como um desabafo pessoal, como um modo de colocar nossas preocupações no contexto da vontade de Deus e de consolidar nossa busca de procurar essa vontade.


Sobre a oração de petição e sua necessária consideração já escrevi bastante e o estudo foi bom. O que nos toca agora é cumprir o nosso dever de casa: ser cada vez mais e mais conseqüentes.

Missionários Claretianos

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