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26 de out. de 2010

São poucos os que vão ser salvos

Quarta-feira, 27 de outubro de 2010

“O importante é ter, sem que o “ter” te tenha” (Millor Fernandes)

Lc 13,22-30

Padre Queiroz

Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita.

Neste Evangelho, alguém pergunta a Jesus sobre o número dos que se salvam. Na resposta, Jesus vai ao mais importante, que são as exigências para se salvar. É preciso esforço e uma vida austera, simbolizada pela porta estreita.

A salvação depende da nossa vontade, uma vez que Deus dá a todos as graças suficientes para que se salvem. Mas precisamos colaborar e fazer a nossa parte, o que não é fácil. O Reino de Deus não é para os acomodados ou covardes, mas para os esforçados e corajosos.

Precisamos lutar contra os desejos imoderados, e os nossos instintos, que nos puxam para o mal, pois a nossa natureza foi ferida pelo pecado.

Precisamos lutar contra o egoísmo, que bate de frente com o mandamento do amor. Lutar contra o comodismo, vivendo como se o céu já fosse aqui na terra. Tudo isso é “porta larga”, que não conduz à salvação.

“Então começareis a dizer: ‘Nós comemos e bebemos diante de ti...’ Ele, porém, responderá: ‘Não sei de onde sois. Afastai-vos de mim todos vós que praticais a injustiça!’”

A prática da justiça é fundamental para se salvar. A virtude da justiça consiste em respeitar o direito dos outros, dando a cada um aquilo que é seu. Não adianta comermos e bebermos diante de Jesus, nem ouvi-lo nas praças, se não somos justos, honestos e verdadeiros, e se não cumprimos os nossos deveres. Esta é a porta estreita que nos leva ao Céu.

A vida cristã é realmente uma porta estreita. Por exemplo, as suas leis sobre o casamento, o uso do sexo, o perdão, o amor aos inimigos, a ajuda aos que precisam, a partilha dos bens com os necessitados... Não é fácil praticar a justiça e a honestidade, vivendo em um mundo que segue o caminho contrário.

Viver em Comunidade, junto com pessoas às vezes difíceis e complicadas, é também uma porta estreita.

Há pessoas que, atendendo ao apelo da Santa Igreja, tornam-se “discípulas e missionárias de Jesus Cristo, para que as pessoas tenham mais vida nele.”

“Há últimos que serão primeiros e primeiros que serão últimos”. Vamos “entrar pela porta estreita”, a fim de não termos decepções mais tarde.

Edel Quim nasceu na Irlanda, no começo do Séc. XX. Era uma garota muito bonita.

Desde que fez a primeira comunhão, ela recebia freqüentemente a Eucaristia. Ainda bem jovem, entrou na Legião de Maria, onde caminhou a passos largos na fé e na santidade.

Apesar de cobiçada por muitos rapazes, Edel decidiu não se casar, a fim de se dedicar tempo integral à Legião de Maria.

Em 1936, quando tinha 29 anos, Edel foi enviada para a África, a fim de difundir por lá a Legião de Maria. Conseguiu implantar o movimento em seis Países africanos: Quênia, Tanganica, Uganda, Niassalândia, Zanzibar e na ilha Maurícia.

Depois de dez anos na África, quando se preparava para iniciar a Legião em Nairobi, Edel contraiu a Tuberculose, que naquele tempo não tinha cura. Mesmo doente, a sua alegria e o seu entusiasmo não diminuíram.

Após sua morte, os legionários do Kênia foram a Nairobi e, com muita facilidade, implantaram a Legião naquele País.

Podemos dizer que Edel Quim assemelhou-se muito a Jesus, dando também a vida pelos irmãos. Aconteceu com ela o que Jesus disse: “Quem me come viverá por mim”.

Ela imitou também a Mãe de Jesus, já que o seu grupo chama-se Legião de Maria. Maria Santíssima e Edel Quim, rogai por nós!

Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

Frei. Altair Fernandes Correa. O.M

Queridos irmãos e irmãs, hoje o evangelho nos apresenta aquela semente que está escondida na terra é que gerará futuramente a vida com o seu nascimento e seus frutos. O cristão cresce enquanto está aberto à verdade do Reino. A nossa fé, mesmo sendo comparada com um grão de mostarda, ela é capaz de realizar grandes prodígios para os nossos irmão e irmãs abandonados. O Reino de Deus já está presente como esse grão plantado na terra ou como o fermento colocado na massa; o Reino ainda é, portanto, uma “realidade”, que poder ser conquistada. E nessa realidade que o Reino é chamado a se manifestar, em todas as suas dimensões.

O discernimento dos sinais do tempo só pode vir pela fé e também através do olhar carinhoso para a realidade. As duas parábolas são colocadas neste contexto para dizer que a semente da fé percebe onde o Reino de Deus está. Aquela pequena semente de mostarda torna-se uma grande árvore que abriga todas as espécies de pássaros. O fermento faz a massa crescer e alimentar mais pessoas.

A força transformadora da ação evangélica é a maior arma da expansão do Reino de Deus. A semente e o fermento são figuras usadas por Jesus para nos ensinar que a semente de sua palavra já está lançada no coração de cada ser humano.

E para a construção do Reino de Deus é preciso à ajuda de todos. Sabendo que a ação de Deus nos será sempre uma ação misteriosa, basta que estejamos abertos ao seu projeto de amor.

Frei. Altair Fernandes Correa. O.M

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