24 de Setembro
Evangelho Lucas 9, 43-45
De alguém que está no seu auge, admirado, conhecido, respeitado, vislumbrando um sucesso ainda maior e consequentemente a conquista do poder, falar sobre a sua morte é no mínimo de mau agouro, "isola" dirá alguém, batendo três vezes com o nó do dedo em uma madeira.
Humanamente falando tudo caminhava bem na missão de Jesus, e aos olhos dos discípulos aquele "Trem era bão", podiam confiar, tudo iria dar certo... Nos dias de hoje ainda temos, infelizmente, um grande número de discípulos dessa "laia", "encontrei Jesus, minha vida é agora linda e maravilhosa, tudo está dando certo, a cada dia ele realiza novas maravilhas..."
Jesus "cortou o barato" dos seus discípulos, e começou a dizer que "O Filho do Homem há de ser entregue nas mãos dos Homens". A cabeça daqueles primeiros seguidores de Jesus, quase deu um "nó". Como poderia tal coisa, o Filho do Homem, vitorioso e que viria nas nuvens, na visão de Daniel, passar pelo fracasso de "ser entregue" nas mãos dos homens?
O conceito de ressurreição ainda era algo bem precário para os discípulos. A morte biológica era o fim da vida, depois viria o Xeol, a mansão dos mortos e nada mais, o Reino Messiânico era terreno e o Xeol escapava do domínio de Deus. Jesus não fala só da morte, mas da morte e ressurreição, portanto, a morte não é mais o fim de uma etapa, mas apenas parte de um processo onde a vida é requalificada tornando-se Vida Eterna.
Não tendo ainda sido aprimorado o pensamento teológico sobre a morte, e não tendo portanto esta visão de algo em sua plenitude, os discípulos têm medo de fazer perguntas e permanece na obscuridade sobre o mistério da Morte. A Ressurreição de Jesus é a chave para se compreender a morte, que ilumina e dá sentido ao viver humano. Isso já não é mais obscuro para a humanidade, Jesus desvendou o mistério, o cristão caminha em busca de algo que Jesus já nos deu, mas que ainda não se realizou plenamente. Mas parece que o homem arrogante e prepotente da Pós-modernidade, ainda está longe de compreender essa Verdade, e tendo medo de enfrentá-la, tenta responder com a mera razão, a uma questão que só pode ter resposta na Fé em Jesus Cristo.
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