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29 de ago. de 2011

Aumenta a nossa fé - Pe. José Cristo Rey



AUMENTA A NOSSA FÉ!
Na Palavra de Deus hoje nos é proposta, cruzam-se vários temas (a fé, a salvação, a radicalidade do “caminho do Reino”, etc.); mas sobressai a reflexão sobre a atitude correta que o homem deve assumir face a Deus.

O Evangelho convida os discípulos a aderir, com coragem e radicalidade, a esse projeto de vida que, em Jesus, Deus veio oferecer ao homem… A essa adesão chama-se “fé”; e dela depende a instauração do “Reino” no mundo. Os discípulos, comprometidos com a construção do “Reino” devem, no entanto, ter consciência de que não agem por si próprios; eles são, apenas, instrumentos através dos quais Deus realiza a salvação. Resta-lhes cumprir o seu papel com humildade e gratuidade, como “servos que apenas fizeram o que deviam fazer”.

Encontramo-nos em tempos que se caracterizam em pôr em dúvida tudo o que antes foram certezas. A fé em Deus está se reduzindo a níveis inesperados. Antes confiávamos mais na Providência de Deus, orávamos com muita mais confiança, esperávamos seus milagres, fazíamos procissões, rogávamos para pedir-lhe a chuva, a cura de uma doença.... Agora nos retraímos, cada vez mais. Sentimos certa vergonha ante a oração de súplica. Chegamos a pensar que é ingênuo pedir: pois o que tem que ser será e nada estranho sucederá. A única coisa que necessitaríamos seriam decisões políticas mais adequadas para resolver os problemas. Poucos pensam que a solução para o aquecimento global do planeta ou a sua crescente desertificação seja a oração. O que pedimos são decisões políticas, econômicas, mais inteligentes!

Parece que este mundo esta escapando das mãos de Deus. A prosperidade nos torna muito mais arrogantes, auto-suficientes e descrentes. O mundo religioso, baseado na transcendência, está se tornando sem transcendência para a sociedade. Queremos construir a cidade aqui embaixo - a Jerusalém da terra - não sentimos necessidade de esperar e acolher a cidade que vem do céu - a nova Jerusalém.

Que está ocorrendo?A alma religiosa que cada um leva dentro de si parece não se sentir enamorada dos deuses que até agora tinha adorado e procuram outros deuses que, ao menos, dê sentido e ilusão aos poucos anos que vivemos sobre o planeta. Há deuses na política, na economia, no desporto, que monopolizam toda nossa capacidade de adoração, de entrega... que monopolizam nosso tempo.

Claro que hoje nos pedem fé! Mas trata-se de uma fé nas próprias possibilidades, na política que votamos, na sorte anônima.... Mas e a fé em Deus?Cansamos-nos Dele, de clamar e não receber resposta, de orar e descobrir que nada muda? As palavras do profeta Habacuc poderiam ser as nossas: Até quando clamarei, Senhor, sem que me escutes?

Deus nos escuta?
E se nos escuta, o que pode fazer por nós?
Não é este mundo como um avião que voa pelo espaço, porém entregue à sua sorte, sem piloto?

Oxalá escute hoje sua voz!

O salmo 94 convida-nos a pôr o ouvido atento e deixar-nos surpreender pela Palavra. Deus fala!Mas, onde? Quando? Como? Investigamos tudo, e devemos ver quantos meios a sociedade secular põe nestas investigações. Após 10 anos segue-se investigando a morte de Lady Di, investigam-se as vidas privadas e pretende-se surpreender as pessoas famosas, investigam-se crimes e fatos do passado. Encontramos-nos na sociedade da investigação. A investigação se tornou espetáculo.

Também se está investigando no mundo do espírito, da espiritualidade. Podemos ver a quantidade de literatura esotérica que é vendida, quantos esforços se fazem para encontrar caminhos de serenidade, anti-stress, felicidade, êxtase. A única questão é se a investigação está ocorrendo pelo caminho adequado. Se não estaremos deixando de lado, as pistas mais certeiras.

O certo que é que muitos abandonam os caminhos trilhados, o ritual sem sentido, a reza cansativa, as práticas que tratam de cumprir normas, mas que não geram experiência transcendente. Estamos cada vez mais decepcionados com os vendedores do divino, os quais montam barracas de feria religiosas, identificando Deus com qualquer guloseima, com ritos - os quais nem eles crêem -, em rezas que repetem obsessivamente sem se comoverem, em uma moral que se mostra muito exigente. Pior ainda, quando se identifica Deus com as próprias idéias ou ambições...

As palavras do profeta Habacuc são impressionantes pela confiança absoluta que transmitem: Escreve a visão... a visão espera seu momento, aproxima-se seu termino e não falhará. Se demora... espera! Nosso Deus mantém sua Aliança com a terra e com a humanidade.Sua aliança é de amor, de comunhão. Estamos unidos e re-unidos a Ele e Ele conosco. E se isso é assim, porque não lhe expressar nossos desejos e nossos desejos de mudança, de transformação, de milagre? Renunciamos às pessoas que amamos os nossos desejos impossíveis, os sonhos que sonhamos?  Se estivermos em Aliança com nosso Deus, porque vamos renunciar a pedir-lhe milagres, e incluí-lo cada vez mais em nossa vida social, econômica, na evolução da natureza e da história?

Se tiveres fé...

Temos de nos convencer de que nosso Deus não pode ser silenciado por uma sociedade arrogante e auto-suficiente, que algumas nuvens não são capazes de tornar opaca sua Luz infinita. Não se deve dar nada por perdido. Podemos fazer muito para melhorar nosso mundo, mas é muitíssimo o que está já fazendo o Espírito Santo no coração de cada ser humano, na natureza, para que tudo melhore. É Ele o Realizador, o “Aperfeiçoador” da obra redentora e misteriosa de Jesus.

É normal que tenhamos crises de fé; que nossa confiança se encontre em determinados momentos em baixa. Quem pode presumir de não ter dúvidas e vacilações e desconfianças? Mas, quando se superam, que felicidade e paz nos embargam! Nada, nem ninguém contra nós! Se Deus está a nosso favor nosso, quem será contra nós?

A fé contagia. A fé autêntica não se impõe, seduz. Se a fé não seduz, será autêntica fé? A vida de fé é uma maratona. Se ganha sofrendo muito, esperando muito. Deve-se ter visão ampla. Jesus pede-nos para ter fé, confiança. Uma fé fecunda!

Não deixemos que se esfrie o coração religioso da humanidade. Investiguemos com paixão as pegadas de Deus em nosso tempo. Sigamos buscando apaixonadamente o nosso Deus. Fora com a preguiça que nos faz procurar no passado soluções que o futuro nos exige! Se de verdade cremos, busquemos.

Quanto mal nos faz os crentes "congelados", para quem tudo é sabido, para quem o evangelho é um código de leis, e a Palavra de Deus só é aquela que sai da boca de um mandatário! Como nos faz bem aqueles crentes que se maravilham ante a presença de Deus em nossa terra, tão freqüente, tão inesperada, tão fascinante... Onde estão parece que tudo se ilumina e só nos surgem uma exclamação: DEUS MEU!


 José Cristo Rey García Paredes  

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