Bom dia!
Creio que não tem nem um mês que esse evangelho foi partilhado, mas de certa que bom que ele voltou, pois nos da uma nova oportunidade de refletir uma citação do livro de Jeremias que foi nosso norte naquele momento:
“(…) Ainda assim, isto diz-me o Senhor: ‘Se te converteres, converterei teu coração, para te sustentares em minha presença; SE SOUBERES SEPARAR O PRECIOSO DO VIL, FALARÁS POR MINHA BOCA; os outros voltarão para ti, e tu não voltarás para eles. Em favor deste povo, farei de ti uma muralha de bronze fortificada; combaterão contra ti, mas não prevalecerão, porque eu estou contigo para te salvar e te defender“. (Jeremias 15, 19-20)
Será que de um mês para cá conseguimos mudar algo em nós? Será que já conseguimos separar melhor o que é importante do que é fútil?
Vejo meu filho crescer e em seu crescimento vejo algumas coisas bem pertinentes para a reflexão de hoje.
Ao ganhar um brinquedo novo toda criança (inclusive ele) vive a primeira fase, ou seja, a empolgação. Passada essa fase de encanto, o brinquedo vai parar numa caixa, muitas vezes já danificado e não raramente cai no esquecimento. O que pode fazer essa situação mudar? Experimente pegar o brinquedo e começar a brincar com ele.
Crianças, ao ver seu brinquedo nas mãos de outro, rapidamente reanimam-se, mas somente ao ponto de ver que o outro desistiu de tê-lo, pois passado a nova empolgação, o brinquedo volta pra caixa.
O que estamos fazendo com o tesouro que Deus nos ajudou a encontrar?
Primeiro… Por ventura somos como crianças que ao passar o período de empolgação, abandonamos a Deus num canto enquanto me encanto com os novos “brinquedos” que a vida nos proporciona? Saibam que esse é um grande motivo de vermos a messe crescer, mas ainda não termos operários para suportar a demanda.
Quem pode condenar o pai de família que chega em casa cansado e por isso não vai a missa ou ajudar uma pastoral ou um evento da igreja? Quem pode condenar a mãe que trabalha às vezes em casa e na rua para manter seus filhos e não tem tempo para ensiná-los a rezar ou acompanhar o progresso dos filhos na escola? É triste essa verdade: SEMPRE terá algo concorrendo com o que seria ideal.
E lá esta o “brinquedo” de volta na caixa…
De repente algo novo acontece. Alguém vai a caixa e pega o brinquedo. Por somente pegá-lo não nos desperta o interesse, mas quando vemos uma nova brincadeira com o brinquedo velho, nosso antigo interesse volta.
Esse novo “brincar” é representada por uma homilia querigmática, uma pregação com foco na salvação e não somente no pecado; é uma mensagem centrada em Jesus e não em seu inimigo; é o testemunho com a vida e não das graças que por ventura recebeu, pois a graça de hoje, estar vivo, deve ser a maior das graças alcançadas.
A motivação não deve parar somente nas pequenas coisas, pois como brinquedos, voltarão para caixa. Não podemos tratar as coisas de Deus como brinquedos.
Nosso povo tem uma fé muito devocional, e como diz uma amiga de caminhada, se tirarmos isso, ele foge!
Precisamos nos empenhar em mostrar que vale a pena continuar brincando com o velho, contrapondo-se assim a esse mundo “moderno” que nos oferece a cada dia uma nova brincadeira. São músicas que se intitulam “proibidas”, mas que tanta gente ouve; igrejas em cada esquina vendendo milagres. Não reparam que quando mentimos ou não se vê o prometido acontecer, estimulamos os “cristãos”, que agora viraram CLIENTES, a procurar outro que cumpra.
Precisamos voltar a investir no velho tesouro. O que será que aconteceu com os retiros, os grandes encontros que tinham como foco a pessoa e não as graças? Tem gente que não vai mais a missa para adorar a Jesus ou poder mais uma vez contemplar o milagre da transubstanciação. Tem gente que só vai se a missa for de “cura e libertação” (hunf). Advinha de quem é a culpa?
Precisamos re-ensinar a “brincar” com o velho (que é novo, hoje, amanhã e sempre). É imprescindível explicar novamente que a missa por si só é uma grande e completa oração de cura e libertação para quem participa. Precisamos apresentar o verdadeiro tesouro.
“(…) O encontro com Cristo, graças à ação invisível do Espírito Santo, realiza-se na fé recebida e vivida na Igreja. Com as palavras do papa Bento XVI repetimos com certeza: ‘A Igreja é nossa casa! Esta é nossa casa’ Na Igreja católica temos tudo o que é bom, tudo o que é motivo de segurança e de consolo! QUEM ACEITA A CRISTO: CAMINHO, VERDADE E VIDA, EM SUA TOTALIDADE, TEM GARANTIDA A PAZ E A FELICIDADE, NESTA E NA OUTRA VIDA!” (Documento de Aparecida §246)
Um imenso abraço fraterno.
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