SÁBADO 09/10/2010
Lc 11,27-28
Temos aqui um texto exclusivo de Lucas, com bem-aventuranças (makarios, "bem-aventurado" ou "feliz"). Em um contexto em que Jesus sofre a agressividade dos escribas e fariseus, uma voz feminina, compassiva e solidária, se faz ouvir, no meio da multidão, para exaltá-lo. É uma mulher anônima que proclama a bem-aventurança da mãe de Jesus. Sua natureza feminina e materna percebe a grandeza daquela maternidade. Toda mãe é enaltecida pelo sucesso de seus filhos. Porém, diante da nova realidade do Reino, os méritos humanos, isoladamente, são frágeis e vulneráveis. Jesus, então, responde à mulher anônima que a maior bem-aventurança é o ouvir a Palavra de Deus e a por em prática, sem temer sofrimento algum. Os laços sanguíneos, familiares, devem abrir-se para solidarizar-se com todo o próximo, particularmente o mais carente. O Reino de Deus é o Reino do cultivo da vida, não apenas na redoma familiar, mas na fraternidade universal. O próprio Jesus, a partir de seu batismo por João, optou por ultrapassar os laços familiares para dedicar-se completamente ao seu ministério de anúncio do Reino, e fazer-se próximo de todos. Esta sua opção encurtou sua vida terrena, pois foi alvo dos poderosos que, apegados às riquezas, odeiam a vida. Colocar em prática as palavras de Jesus significa empenhar-se na construção de uma sociedade justa, digna e fraterna.
Vera lúcia
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