A GLÓRIA DIVINA DO SERVO
Em Jesus se manifesta a glória divina, resplandecente de luz, acompanhada pelas nuvens e pela voz que deixa claro: ele ê o Filho
amado pelo Pai.
Os detalhes da cena fazem pensar em Moisés, que voltava do monte Sinai com o rosto resplandecente por ter estado na presença de Deus. A luz intensa que brilha no rosto e nas vestes de Jesus, ao invés, não vem de fora. Vem dele mesmo, pois aquele Mestre que vivia no meio de gente pobre, nas periferias, é ele próprio o Senhor da história. Não se manifesta glorioso na capital Jerusalém, para uma multidão de pessoas. Mas numa montanha qualquer, para três discípulos.
A transfiguração foi uma antecipação, momentânea, da glória do Senhor. Uma experiência sem igual, tanto que Pedro sugere armar tendas para continuar ali. O Senhor glorioso, porém, deverá antes entregar a própria vida, passando pelo sofrimento e pela morte. Pois o Senhor da glória ó o servo sofredor.
Para os três discípulos e para nós, permanecem duas ordens. A primeira vem do Pai, para ouvir o Filho amado. Ouvir é a atitude fundamental dos discípulos. Ouvir Jesus e entender o que Ele disse e fez, para que seu ensinamento esteja vivo em nossa vida.
A outra ordem vem do próprio Jesus, que toca os discípulos e diz que se levantem e não tenham medo de enfrentar os desafios da realidade.
Nesta caminhada de preparação à Páscoa, o Senhor continua se revelando a nós. Manifestando-se, Ele reanima nossa fé, alimenta nossa esperança, faz-nos vencer o pecado da tristeza e confirma nossa missão de seguidores. Temos muito a fazer,
muitas realidades a transfigurar.
Vale recordar hoje Clemente de Alexandria: "Fica claro que um só, verdadeiro, bom, Justo, à imagem e semelhança do Pai, seu Filho, Jesus, a palavra de Deus, é o nosso instrutor, a quem Deus nos confiou, como um pai carinhoso confia seus filhos a um tutor digno, declarando-nos expressamente: 'Este é meu Filho amado: Ouçam-no'".
Pe. Paulo Bazaglia, ssp
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