27 de Janeiro – Quarta
(Marcos 4,1-20)
Imagine uma câmara dentro da igreja, que estivesse focalizando os rostos dos fiéis durante a homilia.
Seria uma experiência interessante, pois poderíamos nos perguntar. Que tipo de solo eu sou? Ou, com qual desses irmãos e irmãs que estão ouvindo o sermão do padre, eu me identifico?
Ali tem um que está com uma cara de quem está escutando a explicação do padre de forma superficial, ou está mesmo fingindo que está escutando. Vez por outra olha para o lado, para as pessoas, olha no relógio para ver se já está acabando. Ele olha para o padre com um semblante de que não é com ele que o sacerdote está falando. Se pudéssemos visualizar as palavras saídas dos lábios do padre, veríamos que elas se desfaziam ou se diluíam antes de penetrar em sua cabeça pelos ouvidos.
A câmara agora está focalizando outro homem que parece star prestando a máxima atenção às palavras do padre. Chegou até a balançar a cabeça afirmativamente, num certo momento. Estando na primeira fila, o padre pode perceber aquele balançar de cabeça, e até acreditou que alguém estava assimilando sua mensagem, e passou a falar com mais ânimo. Mais infelizmente, aquele homem ao sair da igreja, e assim que começou a sua semana de trabalho, ao sofrer uma perseguição no emprego, e uma grande tribulação na sua família, esqueceu completamente as belas e inspiradas palavras do padre que falava em ter confiança e esperança em Deus.
Mudança de cena. Na tela, agora vemos uma vaidosa mulher, muito bem vestida, com jóias, ao lado do esposo de dos filhos. A imagem se aproxima do seu rosto. Ela parece fascinada com o sermão do padre. Pelas suas expressões faciais, demonstra com uma boa dose de sinceridade que está de acordo com tudo que está ouvindo. Até olha para o marido e faz alguns gestos de quem diz: está vendo? É por aí... É isso mesmo!
Terminou a missa, aquela senhora já encontra em seu lar, e recebe um telefonema do seu advogado, afirmando que o inventário finalmente foi concluído, e que o seu falecido pai lhe deixara uma pequena fortuna. Daquele momento em diante, aquela aparentemente devota mulher não encontrou mais tempo nem para ir à missa, nem mesmo para rezar nem para nada mais referente à sua religiosidade.
Mas felizmente, a câmara está mostrando agora, um grupo de 5 pessoas, três mulheres e dois homens de meia idade. Um deles até faz anotações discretamente em uma folha de papel sobre algumas idéias proferidas pele padre. São catequistas da Paróquia, são representantes da terra boa que vão produzir muitos frutos, pois na segunda-feira em suas aulas de catecismo, vão repetir a explicação do sacerdote feita no sermão, e futuramente seus alunos vão também explicar o que aprendeu com eles para outras pessoas, multiplicando assim o número de cristãos, o grupo daqueles que ouvem e põe em prática a palavra de Deus semeada em suas mentes.
Meus amigos. Resta-nos agora neste instante, fecharmos os nossos olhos e procurar enxergar o tipo de solo que somos, e procurar melhorar ou mesmo mudar para a terra boa. Aquela que dá muitos frutos.
Sal.
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