Mateus (5,43-48)
Mateus continua a nos exortar em relação a viver a forma mais difícil do amor, que é por alguém que nos fez algum mal. Mais uma vez, não existe muita explicação para o Evangelho, porque ele é auto-explicativo, mas assim como fazer o bem a quem nos fez mal, também é muito difícil amar quem não nos é caro.
Como uma vez me disseram, é uma pena que tantos tipos de Amor sejam resumidos numa só palavra. Temos na nossa cultura cristã pelo menos 3 tipos de amor: o amor eros, o amor filos e o amor ágape. Explicando de forma bem resumida, é mais ou menos assim. O amor eros é aquele amor egoísta, onde o ser amado é objeto de desejo, onde a atração fala mais alto. O Amor filos é aquele amor de amigo, aquele amor companheiro, onde fazer o outro feliz faz parte da relação, a pessoa deixa de ser um objeto para ser parte da vida da pessoa. Já o amor ágape é o amor incondicional, é o amor de Deus. Nós sozinhos não sentimos esse amor, precisamos ter Cristo como referencial e através dEle exercer esse amor aqui na terra. Por exemplo, no matrimônio, que através da benção de Deus os casais vivem um amor que só acaba na morte, pelo menos teoricamente, infelizmente. Os três amores não vivem separadamente, eles se completam e unidos vivemos de forma saudável e divina o AMOR. O amor CARIDADE, que também faz parte de uma das denominações do Amor, se encaixaria no ágape (1Cor13).
Olhando por essa ótica, de fato, considero bastante complicado viver qualquer um dos três tipos de amor citados, pelo inimigo. Mas, peço licença para listar outro tipo de Amor, que eu, no meu leigo entendimento, acho que é o Amor que Cristo pede e ele se chama RESPEITO. Amar nosso inimigo não é ser o melhor amigo dele, não é de uma hora pra outra sair pra lanchar depois da Missa, não é ligar todos os dias para saber como vai a família, o trabalho, a vida. Isso já é demais. Mas, amar o inimigo é respeitar as diferenças que existem, é entender que apesar de pensamentos distintos vocês são filhos de Deus e portanto irmãos em Cristo. É não maldizer, é não caluniar, é uma compreensão no erro, é não fazer fofoca. É amar o Cristo que existe nEle também, superar muitas vezes os problemas e num momento de aflição, ajudar, sem expectativa de que isso os torne amigos de infância.
A partir do momento que o RESPEITO é mutuo, conseguimos tirar as traves de nossos olhos, esquecemos de falar mal dele e passamos até mesmo a admirar algumas características que aquele rancor sem sentido nos fazia cegos. Muitas vezes, ao dar esse passo, nos arriscamos a perder o inimigo e ganharmos um amigo. Pense nisso!
Ana Luíza Medeiros
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