11 DE SETEMBRO
Provérbios sapienciais são relatados em demasia nesta passagem do Evangelho, bem no momento do Sermão da Montanha. A doutrina é simples. Quem não sabe sobre um assunto, não poderá ajudar outro que desconhece o tema. E não é isso que aprendemos nas telonas, aliás, a adrenalina corre à solta quando o grupo de cinco amigos que desconhecem tudo e todos param numa casa mal-assombrada ora por fantasmas, ora por serial killers.
Adoro a visão de Jesus sobre o ato de ensinar. Quem aprende, aprende porque não sabe. Quem ensina, sabe. E quem tem ciência é quem realmente importa. E o mais importante é que Jesus dá a possibilidade de que o aluno supere seu professor quanto à ciência, desde que participe de uma evolução natural do conhecimento. E é assim que cresce o mundo, vejam a perspectiva crescente da filosofia grega com os sábios Sócrates, Aristóteles e Platão, ambos ligados pela tênue relação aluno-professor. Outro tema que Jesus divulga em sua narrativa é a do cisco e a falta de ética humana, que costuma julgar uns aos outros sem se aproveitar dos julgamentos que também recebe.
É fácil criticar, mas apresentar um exemplo superior é dificílimo e digno de admiração. Uma dinâmica e sugestiva lenda muito famosa é que os homens vivem andando em um vasto círculo, e cada um contém duas palavras. Uma está escrita em sua fronte, é a sua maior qualidade. E nas costas, seu maior defeito. E à medida que andam, lêem as costas dos demais, e os demais só percebem o que tem em suas costas.
Relevamos muitos mais as características negativas do que as positivas das pessoas. Desconhecemos e continuamos ignorantes ao desprezar o valor alheio sem ter sua integralidade. Que Deus providencie a sapiência cristã e sensível ao seu povo para que não cometamos os erros da vaidade e do orgulho que tanto nos circunda, amém.
(Lincoln Spada)
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