"A messe é grande, mas poucos são os operários"
O evangelho de hoje nos relata uma parte do chamado discurso missionário de Jesus; ou seja, o grande apelo do mestre de que os seus discípulos participem da sua missão de levar a salvação àqueles que ainda não a possuem. Como enviado do Pai, Jesus veio no nosso meio e assumiu a nossa condição humana, para cumprir a sua missão de nos ensinar um novo modo de viver entre nós: como irmãos; e nos fazer descobrir e viver a nossa grande dignidade de filhos de Deus. Foi justamente para salvar a criatura mais amada por Deus: o homem, daquela situação de dor e de sofrimento que o pecado o reduziu, que Jesus se encarna e vai ele próprio à busca de quem se perdeu no caminho que conduz à vida. Mas essa tarefa é grande! Enormes são as exigências da messe. O número daqueles que necessitam ouvir a boa nova da libertação, a boa nova da vida, é grande; e, portanto, se faz necessário uma ajuda. E Jesus, vai confiar essa sua mesma missão aos seus discípulos, dando a eles o seu mesmo poder de lutar, de destruir, de aniquilar todas aquelas coisas que vão contra a vida e a felicidade do ser humano. Jesus, portanto, chama e envia os seus discípulos a serem mensageiros do reino de Deus. Reino este, que é vida nova, é esperança para quem ainda jaz debaixo do peso da escravidão do pecado. Mas quem são aqueles que o Senhor chama para serem seus enviados ao longo de todos os tempos? A resposta é simples: somos nós, os seus discípulos. Aqueles que o receberam como Senhor e mestre. Aqueles que primeiramente experimentaram a vida nova que ele nos trouxe. Portanto, esse convite comprometedor é feito também para nós hoje. Jesus interpela também, a cada um de nós, a sermos seus missionários, portadores de vida e de esperança, para o nosso mundo, para a nossa realidade de pobreza, miséria, violência, vícios, divórcios, e tantas outras coisas mais, que estão matando aos poucos e, silenciosamente, os irmãos. E por que, poderíamos nos perguntar, fazer isso, se já busco viver bem a minha fé, se quem está lá fora não quer saber de nada? Porque é nosso dever. É um pedido de Jesus. Porque também, se somos o que somos, é porque Deus por primeiro usou de misericórdia para conosco. Porque tudo aquilo que temos e somos, foi gratuitamente que o recebemos. Seria egoísmo demais não desejar que também os outros tenham vida, tenham esperança. Como nos lembra Jesus: "Gratuitamente recebemos, e gratuitamente devemos dar". Assim como Deus não exigiu nada de nós na hora de nos enriquecer dos seus dons, do mesmo modo, devemos ter este espírito de gratuidade na hora de trabalhar para que o reino de Deus chegue também para nossos irmãos. Da generosidade de Deus, deve brotar a nossa generosidade para com os outros. Como nos dirá São Paulo na sua carta aos romanos: "Quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós". Hoje, também é tempo de estabelecer o reino de Deus, e Deus necessita de alguém que seja a sua voz portadora de boa nova para os sofredores; para a multidão "abatida e cansada, como ovelhas sem pastor". Hoje, somos nós os novos enviados de Jesus, que como Ele somos chamados a sentir compaixão dos cansados e oprimidos do nosso tempo. E não é esta justamente a missão que recebemos no fim de toda celebração Eucarística, quando depois da benção o sacerdote ou o diácono nos envia a anunciar o reino de Deus, colocando em prática aquilo que o Senhor nos manda, e que nós mesmos experimentamos na celebração da Eucaristia? Pois é justamente, neste momento da celebração, que nos comprometemos em acolher o convite, de sermos missionários, que Jesus nos faz. Assim como Ele fez com seus discípulos, chamando-os a si, ensinando-os e fortalecendo-os com seu poder, do mesmo modo, ele nos reúne na celebração da Eucaristia, nos amestra com a sua palavra e nos fortalece com o poder do seu corpo e do seu sangue; para depois nos enviar ao mundo, como seus porta-vozes na nossa família, no nosso trabalho, na nossa comunidade.
"Fazei ó senhor que eu não seja um servo inútil!"
(Bem-Aventurado Pe. João Batista Piamarta)
Diácono Antônio Oliveira
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