07 DE SETEMBRO
Evangelho (Lucas 6,6-11)
Jesus era uma pessoa célebre. O curandeiro vindo de Nazaré já era bem conhecido pelas redondezas da Palestina judaica. Entrou na sinagoga e como todo mestre, explicou sua doutrina profética para os demais. Faltam Jesus' nesse mundo. Ou melhor, sentimos bastante falta de Jesus'. Conto isso porque é inimaginável nos depararmos com um alguém que se preocupa, de fato, e vive a se preocupar com a formação na fé de sua comunidade. Não é à toa a necessidade de um Ano Catequético ou da prioridade da CNBB ser também a educação na fé. Encontros mal preparados, feitos ao léu. Catequistas com pouca experiência com o público, metodologia totalmente errônea e que enfarada os cristãos para que, ao receberem o sacramento, fujam o mais rápido de suas igrejas. Culpa dos catequistas de boa vontade ou dos padres que não dão a devida observância sobre o trabalho deles? Padres. Liturgistas natos, Jesus também deveria dar continuidade ao culto na sinagoga. E as celebrações realizadas em nossas paróquias condizem com o que se pede a CNBB de fato? Há a atenção voltada ao altar e à Palavra? Se antes soara estranho o nome dito para todos de quem realiza a leitura das Escrituras, estranho-me com a ausência de diálogo entre os membros da celebração. Muitas vezes, a ambientação é ofuscada, a acolhida é ineficiente para quem vem celebrar a missa e hiatos são frequentemente feitos. Não que a missa deva ser um show acústico, porém, o silêncio também é preocupante. Os leitores descem do presbitério e a aclamação nem foi entonada. Aprendi a liturgia de forma mais organizada do que vejo em muitas paróquias. Isso quando é desconcertante a participação dos músicos ou dos eventuais leitores. Culpados os leigos desinformados? Não, culpa dos liturgistas clericais presentes. Após o culto, Jesus vai para fora da sinagoga e vê um marginalizado. Mesmo que as circunstâncias da Lei humana proibissem um possível auxílio, Jesus auxiliaria - era sua missão. E como é executado o plano caritativo de sua igreja? Muitas vezes os sacerdotes mal se aprofundam no serviço social, deixa-os logo para quem quiser desempenhar a função. Coisa de pobre fique com pobres. Uma ideologia da exclusão existe na Igreja, sim. E se o trabalho não é bem exercido pelos leigos que também tem outros afazeres e compromissos - não esqueçamos que é trabalho voluntário -, culpa dos generosos ou dos padres que não fazem uma boa assessoria? Precisamos de padres, no mínimo, assessores das comunidades. Que fortaleçam essa tríade construída por Cristo ainda em vida terrena. Que a Igreja clerical santa e pecadora, volte-se a focar nos ideais do Servo Supremo e que faça um bom ofício para a sua comunidade católica, amém.
(Lincoln Spada)
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