Evangelho (Marcos 9,30-37)
DIA 20 DE SETEMBRO – DOMINGO
Prezadas irmãs, e prezados irmãos. A primeira leitura nos coloca dentro da mente de um injusto. Nos leva a entender como ele pensa a respeito do justo.
“Cerquemos o justo, porque ele nos incomoda; é contrário às nossas ações; ele nos censura por violar a lei e nos acusa de contrariar a nossa educação.”
O justo é aquele que incomoda o injusto, porque vai denunciar o seu agir contrário a legalidade. O justo ao denunciar os atos errados do injusto, acaba por ocasionar a sua ira, pois ele não se considera errado, mais sim esperto.
Dizem que os ladrões, se consideram muito espertos, e chamam os trabalhadores de otários. Isto é um exemplo de inversão da escala dos valores. E outro exemplo disso, está na sala de aula. Os alunos problemas, ou bagunceiros, não se consideram errados. Tanto é que eles ficam indignados quando são punidos pela sua indisciplina, e quando chegam em casa contam o ocorrido na escola do seu jeito, e obriga o pai ou a mãe a ir na escola dar “uma dura” na professora ou professor, dizendo que ele o está perseguindo.
Na carta de Tiago, refletimos sobre o pensamento: O fruto da justiça semeia-se na paz para aqueles que praticam a paz. Ou seja, a paz é fruto da justiça, por que sem justiça não há paz. Para haver paz, não pode haver ciúmes, pois este vai gerar contendas, desentendimentos, os quais são decorrentes das nossas paixões.
A rivalidade acontece quando cobiçamos e invejamos as qualidades do outro ou da outra. Porque sentimos ciúmes, procuramos inventar alguns defeitos no irmão, ou melhor, transformando suas qualidades em defeitos. E somos rivais, exatamente porque somos iguais. Exemplo: Se sou extrovertido, eu enxergo com facilidade essa qualidade em outra pessoa e a trans formo em defeito, dizendo que aquela pessoa gosta de aparecer.
E, em nossas orações, poderemos até ter a “cara de pau” de pedir a Deus que nos ajude a passar a perna nos nossos concorrentes ou rivais. Mais é o tipo de oração que não passa de uma blasfêmia, na qual não vamos conseguir absolutamente nada, porque.
Pedis e não recebeis, porque pedis mal, com o fim de satisfazerdes as vossas paixões.
No evangelho, nota-se que a competição e a inveja pode acontecer nas melhores famílias, até mesmo nas famílias ou nas comunidades cristãs. O padre Marcelo Rossi com aquela voz tão linda, teve de se expor menos, para não incomodar... Pelo menos é o que se percebe.
Os apóstolos vinham pelo caminho discutindo quem seria o maior. E Jesus, como vê os pensamentos, já sabia o que eles vinham conversando, mais para pô-los em seus devidos lugares, perguntou. “De que faláveis pelo caminho?” e em seguida dá-lhes uma verdadeira lição de moral. Mostra para eles, que para ser o maior, tem de primeiro ser o melhor. Para ser o maior, primeiro tem de ser o menor, o humilde, ser aquele que serve ao contrário daquele que tem pretensões de ser servido, como Ele nos deu o exemplo lavando os pés dos discípulos. Pois para Jesus, “Se alguém quer ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos.” Último não no sentido negativo, mais no sentido de humildade. Aquele que primeiro se humilha, sentando no último banco em vez de se sentar lá na frente como se fosse importante. E esse ato de se colocar em último lugar deveria resultar de um ato livre, ou seja, uma decisão tomada com sinceridade e não com hipocrisia e sem nenhum complexo de inferioridade.
Prezados irmãos. É isto que está faltando no meio de nós. Em vez de ciúmes, reconhecer que as qualidades do nosso irmão ou irmã, foi um presente de Deus, para melhor servi-lo, e não devemos desejar que esta habilidade devesse estar em nós, ou pertencer a nós.
É uma coisa muito feia, saber que aqueles que pregam contra a inveja, estão sentindo inveja uns dos outros. Aqueles que pregam contra a exclusão, estão excluindo, ignorando, discriminando, e enquadrando outros irmãos, só porque às vezes não concordam com eles, ou simplesmente não pensam como eles pensam.
Sal
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