DIA 26 DE AGOSTO
Evangelho (Mateus 23,27-32)
O discurso de Jesus é ácido e audacioso contra os doutores da Lei e sacerdotes das sinagogas. Ele mais uma vez ataca a conduta desses, muitas vezes contrária aos dos preceitos divinos. A hipocrisia, iniquidade possuem vários sintomas. Demagogia, por exemplo. Fazer promessas e não cumprir, vai muito alem disso. Recrio um caso que tive ciência nessa última semana.
Ana era apaixonada por “um”, porém, namorava “outro”. Não queria namorar, mas para não perder a amizade e até aproveitar para tirar uma casquinha, ela não era capaz de ser sincera com o “outro”. Mentiu para ele durante todo aquele tempo e até o traía com o 'um' e alguns. O amigo dela, Bruno, chantageou-a e coagiu-a a ponto de que ela fosse honesta com seu atual namorado e dissesse que o só queria como amigo, já que ela não estava nem um pouco apaixonada por ele. Assim, Ana fez. Em uma semana, agora era Bruno, apaixonado por “uma”, pedindo “outra” em namoro, e traindo-a também com a primeira. Ana estava revoltada. Veio até desabafar comigo ontem. Bruno, tão maduro no momento de aconselhar, repete o mesmo feito errôneo na prática.
Dizem que acertar com seu erro é humano, acertar com o erro alheio é divino. Não vejo por menos. Demagogias e hipocrisias ocorrem com uma velocidade ligeira nos últimos tempos.
Quantas vezes não vemos as pessoas voltarem atrás do que falaram por terem cometido o que não consideravam certo na primeira vez? A inversão de papéis e princípios não vem dos folhetins, vêm da realidade mais que verossímil. Para e repara. Em nenhum momento você também não fez algo contra os seus valores? Costumamos até nos esquecer dos vexames e das mentiras que já contamos.
E mentirinhas equivalem-se à “mentirões”, okay? Atire a primeira pedra, caro leitor. Raros são os coerentes - aqueles que seguem retamente seu discernimento. Às vezes, confesso que me pego invejando-os. Não sou tão coerente assim. Contudo, o exemplo por excelência do que é ser coerente é de Jesus, por isso, ele tem propriedade de falar dos líderes daquele tempo.
A censura através dos “ais”, o sepulcro que contamina (que torna ímpio quem o tocar, como regia a cultura da época) e impróprio para quem possui vida. O jogo da aparência onde reina a hipocrisia de tais líderes é totalmente condenado por Cristo, que aproveita a circunstância para expor o reconhecimento deles como filhos dos assassinos dos profetas as vozes de Deus no deserto, no exílio dos hebreus.
Que não repetiremos os erros de Bruno, dos escribas, fariseus e de tantos outros que apelam à demagogia para arrancar privilégios pessoais. Que aceitemos uma postura de coerência dia-a-dia tão bem defendida pelo nosso Deus Filho, amém. (Lincoln Spada)
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