08 DE SETEMBRO - TERÇA-FEIRA
Evangelho (Mateus 1,18-23)
Em continuidade à narrativa da genealogia de Jesus, Mateus relata a história de seu nascimento. Sua preocupação primeira é colocar Jesus na genealogia messiânica, por intermédio de José. Mas o ponto alto da narrativa é quando José faz de Jesus, uma criança davídica, assumindo legalmente a paternidade.
Na sociedade judaica da época, o noivado era um compromisso muito mais forte do que é para nós, ocidentais, hoje. Nos versículos 18 e 19, notamos o constrangimento de José. Provavelmente pensa que Maria tivesse sido violentada ou seduzida. Seguidor da Lei, não poderia tomá-la por esposa, mas também não desejava submetê-la à vergonha de um julgamento público, por suspeita de adultério. Assim, decidiu-se pelo divorcio, que partia apenas do homem, não precisava de um tribunal.
Um mensageiro de Deus, enviado em sonhos, a José, interrompe seus planos e aquieta seus temores. Na mensagem, o anjo afirma a concepção virginal, por obra do Espírito Santo, e fixa-se mais fortemente nos nomes de Jesus, que como filho legal de José, será chamado "filho de David". O nome Jesus está relacionado com o verbo hebraico "salvar", e sabemos que Jesus salvou o povo de Deus dos seus pecados. Outro nome aplicado a Jesus, aparece em Is 7,14: "e [ela] lhe dará o nome de Emanuel", que em hebraico, significa "Deus conosco", e expressa como Mateus, e os primeiros cristãos vêem Jesus.
Este texto de Mateus situa firmemente Jesus dentro do povo de Deus, como descendente de Abraão e David, e como a concretização das promessas e esperanças a estes ligadas no Antigo Testamento. Também seu nascimento incomum e seus nomes - Jesus e Emanuel - sugerem que está acima de seus antepassados.
Maria Cecilia
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