DIA 31 DE AGOSTO-SEGUNDA
Lc 4,16-30
Casa de ferreiro, espeto de pau. Esse tratado que farei é exclusivamente aos agentes de pastorais de nossas comunidades. A pessoa é acolhida na Igreja - ou por ter um parente envolvido em algum serviço eclesial ou até por necessidade específica dela de querer se sentir útil à paróquia.
Ela cresce espiritualmente em meio a flores e purpurinas que a Igreja sabe muito bem ornamentar. Passa um, dois anos fazendo a determinação função, e se tal trabalho for razoavelmente alcançado o objetivo, o coordenador convida-a a ser sua secretária: conhecer o trabalho a partir de uma perspectiva maior sobre a importância da pastoral na comunidade.
Passa mais dois anos, e, pelo que tudo indica, o padre convida-a a coordenar a pastoral: exercitar o trabalho de orientar outras pessoas a fazerem tão bem a função como ela já a fez um dia.
Se for uma boa coordenadora, tiver um bom diálogo com o pároco e tudo mais, eleva o degrau e a responsabilidade. Agora é chamada a acompanhar o trabalho de coordenadores de toda uma região: assumir regionalmente sua pastoral, vestir a camisa já de forma estruturalmente diocesana.
E se falando de Diocese, o calendário corre mais um biênio e, pronto, a pessoa alcança a CODIlálálá. Pelo raciocínio dos documentos do Magistério, a pessoa permanece dois anos na função de liderar - mas, é difícil ocorrer de fato isso, talvez a pessoa fique uma década dependendo da pastoral em que está envolvida e no apoio que o assessor eclesial a fornece.
Se seguir à risca o que se pede o Magistério, a pessoa deixa a CODIlálálá e ainda assenta no cargo de assessor - ou orientador - da pastoral a nível diocesano. Nessas linhas, venho contar a história de vários agentes que passam dois anos acolhidos, dois anos como secretários, dois anos como coordenadores paroquiais, dois anos como coordenadores regionais, dois anos como coordenadores diocesanos, tornam-se assessores diocesanos após uma caminhada de dez anos - no mínimo!
Agora, poucos são quem realiza um ótimo serviço diocesano e ainda tem tempo de voltar a paróquia de origem e estar com assiduidade participando da pastoral. Como disse, casa de ferreiro, espeto de pau. A própria comunidade já nem se lembra mais de seu benfeitor após uma década, já nem tem mais tanta intimidade com quem momentos antes acolheu. E isso é uma coisa que deve ser vista de forma natural, mesmo que os diocesanos não queiram abandonar sua origem, isso acontece e de forma múltipla.
A trajetória de Jesus também é assim. Nascido numa aldeia praticamente pagã, Ele já prevê que mal será aceito lá.
O povo não valoriza seus talentos que constrói. Eles preferem antigamente e nós preferimos atualmente o que se apresenta de forma externa, estrangeira, e não nos importamos com as pessoas e valores que partiram de nosso grupo paroquial.
Não façamos o mesmo que os nazarenos realizaram quanto a Jesus, saibamos valorizar os conceitos cristãos que está entre nós e também tem suas qualidades que nos possam levar a Deus, amém.
(Lincoln Spada)
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