05 DE SETEMBRO SÁBADO
Lc 6,1-5
Detesto palestras. Tanto aplicar palestrar, quanto a escutá-las. O motivo é simples, toda palestra é dividida em dois segmentos. A primeira parte, de aproximadamente uma hora, o responsável (sempre alguém com autoridade para abordar o tema) faz uma belíssima explanação. Slides em cima de slides, rabiscos na lousa, tabelas, gráficos e às vezes direito a vídeos para dinamizar o horário. Todos entendem, mas sempre há alguns que lhe restam dúvidas. E, no momento mais apropriado, a segunda parte da palestra, eles excluem suas interrogações com o palestrante.
Só que sempre há um ou outro que, para dar uma de sabichão ou querer pregar uma peça a quem está no palco, acaba por fazer sua oratória rebuscada e deixar numa pergunta a ver com exceções do assunto.
E isso me irrita. Querer deixar o palestrante na saia justa a partir de uma pergunta a uma exceção não é uma das melhores atitudes da platéia. Perguntas sobre exceções também são frequentes nos vestibulares ou provas de concurso. Cinco alternativas. A primeira é absurda. A segunda não segue o raciocínio inicial da pergunta. A terceira dá o valor a partir de uma análise ou unidade de medida que o texto não pede. Sobram a quarta e a quinta. Uma é para a regra geral, a outra, para variar, é uma exceção. E o que foge de regras sempre é evidenciado.
Vestibulares, palestras, nas próprias notícias. É notícia tudo aquilo que é novo ou diferente - exceção encaixa-se bem nesse perfil de pauta.
Jesus enfoca as exceções nesse Evangelho, principalmente no que sai além da tangente da Lei da época: não fazer a colheita (e qualquer outra ação) no sábado. Contudo, indagam sobre Jesus sobre a exceção feita aos seus apóstolos. Meio que pergunta irritante ao palestrante, como dei no exemplo acima.
Algo aparentemente para tentar argumentar contra as palavras do responsável - Cristo. Ele responde em alto e bom tom sobre que as exceções podem existir, desde que essa sensibilidade na atitude altruísta seja para gerar a dignidade humana da pessoa auxiliada. Questão de sensibilidade, ou podemos até nomear como versatilidade diante das necessidades sociais.
Que a flor da sensibilidade brote no coração de cada um de nós nas escolhas cruciais que fazemos diariamente, amém.
(Lincoln Spada)
Nenhum comentário:
Postar um comentário