Este texto relata mais uma cura de Jesus realizada num sábado. É o caso do homem da mão seca.
Escribas e fariseus já não reagem aos atos problemáticos do ministério de Jesus, mas estão procurando encontrar novas dificuldades. Jesus já sabendo que é inútil tentar manter em segredo seus atos prodigiosos, não evita também o confronto com seus inimigos e até os provoca para fazer novas declarações sobre o sábado e expor os falsos motivos que os movem.
Para os fariseus a Lei permitia, no sábado, os trabalhos médicos apenas para partos, circuncisão e doença mortal. Jesus não mais pergunta se é lícito curar num sábado, mas questiona o propósito do sábado, dia dado por Deus ao povo para seu bem, perguntando se um judeu praticante não deveria fazer o bem em vez do mal nesse dia. Com isso Ele quer mostrar que deixar de fazer o bem que pode ser feito é uma atitude de maldade, ou seja, não pratica o bem aquele que deixa uma pessoa sofrer sem necessidade. Para Jesus a Lei do sábado deve ser interpretada como libertação e vida. Mas os inimigos de Jesus não O ouvem mais, já se decidiram, planejam sua morte, pois sentem-se ameaçados ante as propostas de religião e sociedade divulgadas por Jesus e tão diferentes das idéias que eles tinham.
Como vemos, Jesus é perseguido e agredido por sua interpretação da Lei do sábado, mas nunca a profanou ou negou a santidade desse dia. Por isso, nós também devemos guardar o domingo, como dia do Senhor, quando devemos praticar obras de misericórdia, descansar física e espiritualmente e cultivar a vida familiar, social, cultural e religiosa. Desta forma, seremos colaboradores eficazes na obra de Deus.
E mais que tudo, peçamos a Deus que nos livre da intransigência, da insensibilidade, do mau juízo e de todo pensamento que retire nossa liberdade, que nos escravize.
COMENTÁRIO SOBRE AS LEITURAS DE DOMINGO 06/09/2009
Prezados irmãos. Na primeira leitura, para aqueles que não acreditam na divindade de Jesus, o profeta Isaias está anunciando com bastante antecedência, as maravilhas que Jesus iria realizar. “... abrirão os olhos do cego. E se desimpedirão os ouvidos dos surdos; então o coxo saltará como um cervo, e a língua do mudo dará gritos alegres.” É por isso que ao rezar o credo, dizemos que Jesus foi anunciado pelos profetas.
Na segunda leitura: Tiago nos mostra um exemplo de discriminação social na qual a preferência pelo rico e o desprezo pelo irmão pobre é bem exemplificada.
Uma vez presenciei em uma fazenda, na casa de um fazendeiro mais “metido a rico” do que na verdade o era, uma cena bem parecida com esta. Estando todos na sala da casa grande, inclusive o negrinho, (o filho do capataz) que por vezes brincava com os filhos do “Coronel”, eis que chega vindo da cidade próxima uma visita muito importante! Era o candidato a prefeito que estava passando de casa em casa para angariar votos. Logo que ele chega à porta, o fazendeiro empurra o “neguinho” da cadeira com tanta força que quase o derrubou. Era para dar lugar àquela importante visita, a qual se senta, sem o perceber, na cadeira onde estava sentado um menino sem importância social.
Nós somos assim. Nós desprezamos os fracos, os pobres, os serviçais, para dar o lugar de honra aos poderosos. Aqueles que têm o poder de nos fazer também “importantes”, parecidos com eles. Mais desse jeito, prezados irmãos, não seremos importantes no reino dos céus.E ser importantes no reino dos céus, é a coisa mais importante para o futuro da nossa alma. Porque é bom ser importante. Porém, é muito importante ser bom. Bom e caridoso com aqueles que não têm nenhuma importância social. Aqueles que são excluídos. Ser bom e caridoso com aqueles que são desprezados e ignorados por todos.
EVANGELHO
Prezados irmãos. As leituras de hoje nos chamam a atenção para o desprezo que às vezes fazemos com os nossos semelhantes menos favorecidos pela sorte. Na carta de Tiago percebemos que todos nós fazemos distinção entre as pessoas importantes e as pessoas não importantes.
No evangelho, o tema da discriminação continua. Vejam. Os habitantes da região de Tiro e Sidônia, eram tradicionalmente repudiados pelo judaísmo. Mais Jesus esteve lá porque Ele não excluía ninguém do seu plano de amor.
Nós somos o contrário. Nós excluímos, discriminamos e ignoramos os nossos irmãos.
Quando eu ignoro um irmão, é o mesmo que dizer: Eu amo a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a mim mesmo excluindo você. Porque ignorar alguém é o mesmo que cancelar essa pessoa da minha vida. É o mesmo que impedir que ele caminhe do meu lado na estrada da vida. Então eu digo: Você fique lá atrás que eu vou caminhando aqui na frente, afinal eu sou mais importante que você.
Ignorar é o mesmo que excluir alguém. É tentar apagar aquela pessoa da nossa mente, embora ela continua em nossos pensamentos. É uma maneira silenciosa e fria de cancelar alguém, fazendo com essa pessoa fique sem ambiente e finalmente tome a decisão por si de se retirar daquele meio social. É uma maneira tão fria que se diz: Vamos dar um gelo nele ou nela. É por isso que ignorar é o mesmo que matar alguém.
Ignorar é pecado porque entra em choque com o ensinamento de Jesus: Trate os outros como você gostaria de ser tratado por eles. Ninguém gosta de ser ignorado, mais muitos preferem ignorar, em vez de ter uma conversa franca com aquela pessoa, e dizer: Nós não combinamos por causa do seu jeito ou da sua mania de dar ordens, de falar alto, de me corrigir, etc. E geralmente depois de um atrito desse tipo, as duas pessoas passam a se aceitar mutuamente, acontecendo uma grande amizade muito mais sincera, porque as arestas entre elas foram todas aparadas. A diferença foi tirada.
É por isso que ignorar é o mesmo que dizer: Eu não suporto você, porque você me incomoda, você me irrita, me aborrece porque você é igual a mim. Isso porque não suportamos uma outra pessoa igual a nós na nossa frente. Quando você diz: a voz daquela garota me irrita, com certeza o jeito dela é igual ao seu jeito. Ela é líder, extrovertida, e você também é assim. Aí aconteceu um choque de valores e de defeitos juntos que chamamos de antipatia. Veja. Não existem pessoas antipáticas em si, mas sim pessoas que me são antipáticas. Nós não toleramos outra pessoa igualzinha a nós no mesmo ambiente em que convivemos. A nossa tendência é falar mal daquela pessoa, ressaltando os seus defeitos os quais são iguais aos nossos. Jesus, não agia assim, ele nos ensinou com o seu exemplo de vida a tolerar a todos. Os que nos são simpáticos e os que nos são antipáticos. Jesus em seu ministério, aboliu a distinção entre povos impuros, os gentios, e povos considerados puros, ou seja, os judeus.
“E naquele momento os ouvidos do homem se abriram, a sua língua se soltou, e ele começou a falar sem dificuldade.”
A surdez e a dificuldade em falar provoca uma inibição nas pessoas sujeitas a um poder opressor diante das demais. Jesus, comunicando-se com elas, remove esta inibição. Então aqueles gentios que tiveram a felicidade de experimentar a convivência com a pessoa de Jesus enchem-se de admiração por Ele e passam a anunciar para todos tudo o que eles viam Jesus fazer. Dessa maneira, os gentios passa a ser missionários em seu próprio território.
Que Deus nos ajude a aceitar os nossos irmãos do jeito que eles são. E cumprir com o nosso dever de cristãos imitadores de Cristo em contribuir da melhor maneira possível para o crescimento do nosso irmão na fé, e consequentemente, dar a ele condições de descobrir e corrigir os seus defeitos. Mais devemos recorrer ao Espírito Santo para que nos ajude a conseguir enxergar o momento psicológico de fazer isso com a devida caridade,para não magoar o nosso irmão.
”Pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por ele.”
Quando dizemos temor de Deus, geralmenteesta expressão causaum duplo efeito nas pessoas dependendo da sua criação, e da sua formação religiosa. Para uns, a afirmação temor de Deus está associada a um Deus rigoroso, que nos causa muito medo, que nos faz andar certinhos senão o castigo virá. Porque Deus castiga como dizia a minha avó.Assim temos a imagem de um Deus tirano, severo e vingativo, que nos penaliza se fizermos coisas erradas.
Já para outros, o temor de Deus nos conduz a figura de um Pai bondoso, que tolera tudo, e que nos perdoa. Não precisamos esquentar a cabeça, por Deus é amor.Podemos aproveitar a vida a vontade, pecar bastante, e depois é só procurarum sacerdote, confessar, e “ tá limpo, cara!” beleza pura. Ser cristão é só alegria, moleque!Agora é só fazer as boas obras e esperar a recompensa de Deus.
Nem tanto ao mar nem tanto a terra. Precisamos atinar ao meio termo destas duas concepções sobre a imagem de Deus. Jesus veio ao mundo para que ele seja salvo por ele, isto é, Ele nos deixou tudo o que necessitamos para nos salvar: Deixou um manual de instruções. Imagine que você comprou uma televisão moderna, tela widescreen 16:9, com várias saídas incluindo HDMI, com muitos recursos. E agora? Você está diante daquela “belezura” que é fruto da tecnologia moderna, e não sabe exatamente para que servem tantos botões e conexões. O que você tem de fazer? Consultar o manual de instruções, o qual foi feito por aquele que sabe como funciona aquele aparelho, pois foi ele quem o inventou. Sabe quem? Ele mesmo! O fabricante.
Jesus é Deus, e como ninguém, Ele sabe exatamente como funciona a nossa mente conjugada ao nosso corpo. Por isso deixou-nos um manual de instruções, que é o Evangelho, no qual está escrito tudo o que precisamos fazer e evitar para que um dia possamos merecer a vida eterna.
Além disso, Jesus nos deixou a Igreja com os sacerdotes para nos orientar e nos perdoar, e converter o pão no corpo de Cristo para nos alimentar a alma e o corpo.
Então, o temor de Deus, está parecendo mais um respeito por aquele Pai que nos ama, que nos convida a trilhar o caminho certo, mais que pode por instantes retirar de nós a sua mão protetora, e é aí que as coisas acontecem, como aconteceu ao filho pródigo quando estava cuidando dos porcos. Porque Deus é amor, mais Ele é justo. Deus não castiga, nós é que nos metemos em encrencas por nossas próprias mãos. Deus não nos abandona. Nós é que nos afastamos de Deus.
Concluindo. A prática da vida moral, animada pela caridade,dá ao cristão a liberdade espiritual de filhos de Deus. Não precisamos nos posicionar diante de Deus como um escravo em temor servil, nem tampouco como um mercenário à espera do salário (recompensa), mas como um filho que responde ao amor daquele que nos amou tanto a ponto de entregar o seu filho por nós.
Em continuidade à narrativa da genealogia de Jesus, Mateus relata a história de seu nascimento. Sua preocupação primeira é colocar Jesus na genealogia messiânica, por intermédio de José. Mas o ponto alto da narrativa é quando José faz de Jesus, uma criança davídica, assumindo legalmente a paternidade.
Na sociedade judaica da época, o noivado era um compromisso muito mais forte do que é para nós, ocidentais, hoje. Nos versículos 18 e 19, notamos o constrangimento de José. Provavelmente pensa que Maria tivesse sido violentada ou seduzida. Seguidor da Lei, não poderia tomá-la por esposa, mas também não desejava submetê-la à vergonha de um julgamento público, por suspeita de adultério. Assim, decidiu-se pelo divorcio, que partia apenas do homem, não precisava de um tribunal.
Um mensageiro de Deus, enviado em sonhos, a José, interrompe seus planos e aquieta seus temores. Na mensagem, o anjo afirma a concepção virginal, por obra do Espírito Santo, e fixa-se mais fortemente nos nomes de Jesus, que como filho legal de José, será chamado "filho de David". O nome Jesus está relacionado com o verbo hebraico "salvar", e sabemos que Jesus salvou o povo de Deus dos seus pecados. Outro nome aplicado a Jesus, aparece em Is 7,14: "e [ela] lhe dará o nome de Emanuel", que em hebraico, significa "Deus conosco", e expressa como Mateus, e os primeiros cristãos vêem Jesus.
Este texto de Mateus situa firmemente Jesus dentro do povo de Deus, como descendente de Abraão e David, e como a concretização das promessas e esperanças a estes ligadas no Antigo Testamento. Também seu nascimento incomum e seus nomes - Jesus e Emanuel - sugerem que está acima de seus antepassados.