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30 de jan. de 2012

“Jesus em Nazaré” – Claudinei M. Oliveira

 

Quarta - feira, 01 de Fevereiro de 2012

Evangelho Mc 6, 1-6

 

            Um profeta  só não é estimado em sua pátria, entre seus parentes e familiares, disse Jesus aos seus compatriotas na sinagoga de Nazaré.

 Era sábado, dia em que todos celebravam a graça do Senhor e rezavam sob orientação de um sacerdote. Jesus estava presente na assembléia e começou a pregar seu projeto de vida renovada, afim  que todos conseguissem a libertação. No primeiro momento causou admiração por falar tão bonito e demonstrar tanta sabedoria, mas, logo em seguida, causou convulsão na assembléia, pois Ele era filho de Nazaré, região sem tradição de bons oradores e por ser conhecido por todos: Por acaso ele não é o carpinteiro, filho de Maria? Não é irmão de Tiago, José, Judas e Simão? As suas irmãs não moram aqui? Claro que estas interrogações incomodaram Jesus, como Homem a serviço do Pai, prosperou em tantos lugares com suas pregações, transformou multidões em fiéis seguidores e admiradores,  foi aplaudido pela coragem e bravura ao enfrentar o poder dominante  e os sacerdotes, quebrou paradigmas tradicionais com seus discípulos, curou tantos males, fez milagres através da fé das pessoas que as procuravam, entretanto, diante de seu povo, da sua família, do seu país, sentiu-se rejeitado, abandonado,  renunciado, recusado, largado e desacreditado.

Assim também acontece com nossos irmãos que deixam tudo para seguir a Palavra de Deus. No primeiro momento, todos apóiam, sentem-se felizes por sair do meio social comunitário alguém com discernimento para praticar a missão, porém, no segundo momento, ao voltar para sua terra,  ao invés  receber de braços abertos, com festas, aplausos e carinho, muitos são recebidos com desdém, com má vontade, suas palavras parecem não fazer efeito, ou seja, aquela pessoa não passa segurança naquilo que está pregando.

Ai está o desafio. Ultrapassar a barreira do descrédito e fazer valer sua palavra, sua fé, sua missão e seu compromisso com o Evangelho. Jesus  sentiu com o descaso sim, mas não abaixou a guarda e seguiu pregando, mesmo não conseguindo fazer milagre em sua terra natal, mas provou para os despossuídos que a luta é companheira afim de sublimar a submissão. Quem colocaria fé num sujeito que nasceu e cresceu pobre, sem estudo de interpretação bíblica,  que chegaria com idéias revolucionários? Seriam poucos, mas Jesus soube se colocar diante da multidão na sinagoga e levá-los da admiração ao escândalo.

Ter a coragem de causar escândalo. Este Evangelho é um convite para nós neste inicio do mês de fevereiro. Mês que iniciaremos o período de recolhimento, oração e jejum: a quaresma. A partir de 22 de fevereiro, quarta – feira de cinzas, somos convocados a refletir sobre a fraternidade e saúde publica com o lema "que a saúde se difunda sobre a terra" (Eclo 38,8).  Momento oportuno para denunciar o descaso com a saúde publica que mata tantos indefesos, mas levar também projetos alternativos de condutas para melhorar a qualidade do serviço do SUS. Não somos estrangeiros, mas somos filhos da terra que devemos comprometer-se com a dignidade de nossos irmãos abandonados a fim de praticar a Santa Palavra. Amém.

 Felicidades, Claudinei M. Oliveira.

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