Marcos 16,15-18
Então ele disse:
- Vão pelo mundo inteiro e anunciem o evangelho a todas as pessoas. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado. Aos que crerem será dado o poder de fazer estes milagres: expulsar demônios pelo poder do meu nome e falar novas línguas; se pegarem em cobras ou beberem algum veneno, não sofrerão nenhum mal; e, quando puserem as mãos sobre os doentes, estes ficarão curados.
Bíblia Sagrada – Nova Tradução na Linguagem de Hoje
Bom dia!
Paulo tem tamanho destaque e admiração da igreja, que mesmo seu dia sendo comemorado conjuntamente a São Pedro no mês de Junho, hoje comemoramos a sua conversão pessoal. A mudança de vida desse homem associado ao seu compromisso e destemor com que se dedicou levar a Boa Nova, o destacam como modelo de homem e evangelizador.
Tento encontrar na internet, mas não tenho as referencias de uma palestra que vi pela TV onde Dom Alberto Taveira, na Canção Nova (Colônia de Férias), fez uma colocação intrigante sob o fato de muitos buscarem a igreja, mas não procurarem a conversão. De certa forma ele apresentava uma realidade que vivemos. Juntando esses pedaços ao primeiro enunciado, temos uma colocação: O que seria da igreja que conhecemos se Paulo curasse sua visão, mas não se convertesse?
“(...) É comum ouvirmos pessoas rezarem pela conversão dos pecadores, mas é muito difícil vermos alguém rezar pela própria conversão. Isso acontece porque a maioria das pessoas acha que não precisa de conversão porque não comete aqueles pecados que possuem matéria mais grave e vive com certa constância uma religiosidade. Porém o Evangelho de hoje nos mostra que ser verdadeiramente cristão significa participar ativamente na obra evangelizadora da Igreja a partir do envio que foi feito pelo próprio Jesus. PORTANTO, SÓ É VERDADEIRAMENTE CONVERTIDO QUEM PARTICIPA DA MISSÃO EVANGELIZADORA DA IGREJA”. (Reflexão proposta pela CNBB)
Outro ponto: Na prática existem “conversões” e não apenas uma conversão. Não adianta se agarrar ao primeiro encontro se persisto, como diz padre Joãozinho, lutando com as mesmas armas todos os dias, pois segundo ele, quando mudo de atitude provoco uma alteração de direção em minha vida (conversão). Compare a conversão ao um plantio... Se planto novos objetivos pessoais, sonhos e planos, por si só isso pouco dará frutos se não voltar dia após dia para ver se o solo precisa de água, adubo, (conversões)...
Muitas vezes nos apegamos à primeira conversão, mas não mudamos na essência. Precisamos sempre voltar ao local onde Jesus semeou a Boa Nova para regá-la. Padre Joãozinho apresenta que o próprio Paulo sofreu outras conversões que moldaram seu caráter e o tornaram o Paulo que conhecemos e admiramos.
“(...) Paulo, o grande apóstolo, teve uma primeira conversão no caminho de Damasco. Deixou de perseguir os cristãos, mas utilizava a mesma arrogância para anunciar o evangelho. Alguma coisa aconteceu. Houve uma segunda queda. E uma segunda conversão. O Paulo que escreve a segunda carta aos coríntios não é o mesmo que escreveu a primeira. Leia e perceba a diferença. Agora temos um sujeito humilde que diz: trazemos este tesouro em vasos de barro (2 Cor 4,7)“ (blog canção Nova – padre Joãozinho – segunda conversão)
Esse Paulo, que foi Saulo, que profundamente admiramos no dia de hoje é fruto dos atos diários de conversão que teve. Assim temos que entender. Quem participa de encontros, retiros, congressos, volta profundamente transfigurado pela graça de Deus, mas essa graça deve ser monitorada, cultivada, regada, (...). Uma camiseta nova, um terço novo não vão adiantar se não dobrar meu joelho e continuar rezando para manter a graça “viva”.
Parafraseando o que padre Joãozinho que afirma sobre a segunda conversão de Paulo, trago um questionamento para todos nós: Será que sou “ainda” o mesmo de dez anos atrás? Será que os pequenos vícios ainda me acompanham?
Precisamos ter muito cuidado com a perca do zelo pela conversão diária. Quedas e esfriamentos acabam sendo inevitáveis. Pequenas sementes, ervas daninha, fungos, gafanhotos, (...) podem comprometer toda uma plantação, todo o trabalho de uma vida. Pequenos defeitos todos têm, mas não podemos nos acomodar a eles. O que adianta toda sabedoria do mundo se não conseguir ouvir uma opinião contrária? Como sou dentro e fora da igreja? Sou a mesma pessoa? Meu coração realmente se converteu?
“(...) Entre dentro do seu coração e descubra que você foi feito para fazer o bem, mas o próprio São Paulo dizia: 'EU FAÇO O MAL QUE NÃO QUERO E NÃO FAÇO O BEM QUE EU QUERO'. É uma contradição, uma angústia que ele experimentava dentro de si e você também experimenta. Você faz mil propósitos: 'Eu quero acertar'. Mas quantas vezes nós caímos, erramos e precisamos recomeçar continuamente. Esta obediência não é sempre fácil, ao contrário é exigente.“. (Dom Alberto Taveira)
Além de todo trajeto percorrido para levar a Boa Nova, Paulo conseguiu também se renovar durante o trajeto. Quem coordena ou ocupa postos de liderança, seja na igreja, em casa ou no trabalho, por mais tempo que tenham, também precisam, como Paulo, SE DEIXAR CONVERTER POR SUAS PRÓPRIAS PALAVRAS; deixar-se curar do veneno que impregna nossa alma pecadora chamado auto-suficiência, orgulho, arrogância, prepotência, egoísmo...
Tudo que leio e escrevo aqui no blog me serve de meditação o dia todo. Cair e tropeçar todos somos sujeitos, mas ruim seria se tudo aquilo que falamos e escrevemos, nos dizendo “santos” ou “convertidos” só servisse para os outros e não para mim!
Quem quer ser santo, cresce! Amadurece! Ouve!
São Paulo! Ensina-nos o que aprendeste pelo caminho!
Um Imenso abraço fraterno!
Alexandre Soledade de Paiva Ramos
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