18 de Maio
Evangelho - Jo 17,1-11a
Estamos próximos de um caminho que é, em parte, a preparação nossa para celebração da Páscoa de Jesus e, por outro lado, acompanhamento e contemplação de Jesus que se prepara a viver sua própria Páscoa.
Não é um caminho fácil. Até geograficamente o caminho da Galileia a Jerusalém é difícil. Sobretudo a última parte, a que vai de Jericó a Jerusalém. Mais Jesus sabe o que lhe espera. Sente-se agitado. Sente temor e angústia. Sabe que o confronto é inevitável e sabe também que ele é a parte mais débil, a cana cascata que terminará por quebrar-se ante a força dos poderosos que não podem aguentar sua mensagem liberadora, a boa nova do Pai Deus que ama a todos e que deseja nossa salvação. Nem os romanos nem os falcões do mundo judeu da época podem suportar uma subversão da ordem constituída.
Se o grão de trigo morre, dá muito fruto
Por isso, Jesus fala desta maneira. Fala para si mesmo e para seus discípulos. Utiliza como tantas outras vezes em sua vida, uma imagem tirada do mundo da agricultura: “se o grão de trigo não cai na terra e morre, fica infecundo; mas se morre dá muito fruto”. É o mistério da morte e da vida concentrado em uma só frase. É a pedra de toque de todos os otimismos. Ao final, chocam-se sempre com a morte, esse momento final da vida, que rompe, quebra, destrói, derruba, tumba e assassina nossas esperanças.
Mas Jesus crê no Deus da Vida. Sabe que é filho do Abbá, do Pai de misericórdia que ama este mundo, que sente ternura por cada uma de suas criaturas. É capaz de ver para além das aparências. A única forma de dar fruto, de iluminar a vida nova, é morrer. É necessário passar por esse trance, por esse mau infortúnio. Morrer é uma forma de viver para nascer, renascer, para outra mais cheia e mais plena.
Só o grão de trigo que morre, que se abandona no profundo da terra e se deixa apodrecer nessa umidade escura, é capaz de dar vida a uma nova planta que produzirá novos frutos. Devemos confiar que a mão do Deus da Vida não nos abandonará nunca. E que o que parece uma sepultura sem futuro, a terra em que se afunda o grão, não é mais que um seio materno acolhedor que nutrirá e fará nascer a nova vida.
A Páscoa é morte e ressurreição
Jesus disse para si mesmo e para seus discípulos. Hoje diz a nós. Que não há possibilidade de vida nova sem passar pela morte. A Páscoa é ressurreição mais também é morte. Não há ressurreição sem morte. O amor dos esposos tem que se transformar - tem que morrer de alguma maneira - para se fazer capaz de acolher a nova vida dos filhos. Todo o esforço por perpetuar-se, por não morrer nem se transformar nunca, está unido à morte para sempre. O exemplo serve para muitas outras realidades de nossa vida. Os grupos de nossas paróquias têm que morrer - para os costumes e formas de atuarem - para serem capazes de acolher às novas pessoas que vão chegando. A Igreja, paroquial, diocesana, universal, tem que aprender a morrer: sua razão de ser não é se perpetuar a si mesma senão servir ao Evangelho.
Todos são chamados a passar pela mesma experiência pela qual passou Jesus. Todos morrerão. Mas em nossas mãos esta em fazer de nossa morte um momento de fecundidade, de recriação da vida, ou um momento de morte para sempre. Não é fácil o caminho. Nem sequer Jesus teve um caminho de rosas. Ele chorou de angústia e dor no horto de Getsemaní. Mais nos comprometemos a seguir ao Deus da Vida, portanto não podemos ser senão semeadores de vida. Custe o que custar.
Não há outro modo de iluminar essa nova aliança de que fala a primeira leitura. Uma aliança na qual todos conheceremos Deus, quando serão perdoados nossos crimes e não serão recordados nossos pecados, quando sentiremos nosso peito cheio de sua lei de amor e fraternidade, quando o Reino será uma realidade para todos, especialmente para os mais pobres e abandonados.
Fernando Tores
http://www.ciudadredonda.org/subsecc_ma_d.php?sscd=157&scd=1&id=2893
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CONCLUSÃO
Antes de partir para junto do Pai, Jesus reza por todos nós e o Evangelho de São João registra essa oração que ficou conhecida como Oração Sacerdotal de Jesus. Jesus inicia esta oração rezando por si mesmo, uma vez que ele sabe que a paixão está chegando e que deve estar preparado para sofrer. Em seguida, Jesus diz ao Pai que cumpriu a missão que lhe foi confiada,de modo que o Nome de Deus foi manifestado aos homens sendo que sua mensagem foi acolhida e muitos reconheceram-no como o enviado do Pai para, em seguida, rezar por todos os que creram em suas palavras. (CNBB)
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