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17 de set. de 2010

A messe é grande - Pe. José Cristo Rey

18 de outubro- A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos.

Evangelho - Lc 10,1-9

A primeira recomendação que Jesus faz aos seus enviados, é que orem ao dono da messe para que envie muitos mais para o trabalho. A perspectiva é muito otimista: a messe é grande, a colheita é abundante. Faz-se necessário uma grande colaboração! Também hoje, a messe é abundante, a colheita nos surpreende. São necessárias pessoas que estejam dispostas a colaborar na colheita dos frutos. Outros semearam. Trata-se, agora de colher. A chegada de novos trabalhadores não depende de nós, mas do Dono que chama a quem quer e quando quer. Não deixemos de rogar por Ele!

A segunda recomendação que Jesus faz aos seus enviados é os enviar na fragilidade e na pobreza. Aparentemente não dispõem de meios para a autodefesa: “como cordeiros entre lobos", nem meios para a subsistência: sem bolsa, sem dinheiro, sem calçado. Trata-se de uma missão de “paz” que será acolhida, certamente, pelos filhos da paz. Se não têm que cumprimentar ninguém pelo caminho, é porque Jesus quer ressaltar a importância da saudação na casa, apenas quando chegarem a ela: "Paz esteja nesta casa". Não se preocupem com sua fragilidade, com sua pobreza.

A terceira recomendação tem a ver com o possível fracasso da missão de paz: e se o (a) discípulo (a) não é acolhido (a)? Quando nos é relatado o envio semelhante de dois discípulos a um povoado de Samaría para preparar o aposento para Jesus, nos é dito que os samaritanos não os acolheram, porque se dirigiam a Jerusalém, também nos relata qual foi a reação dos filhos de Zebedeo: foi uma reação violenta, até pediram que viesse fogo do céu. Jesus os repreendeu para esses sentimentos. O envio dos discípulos é “missão de paz”. Nunca se deve utilizar da violência: nem real, nem verbal. O cordeiro nunca se converte em lobo. Os enviados recebem de Jesus poder sobre o mundo diabólico. Somente Sua presença fará cair do céu, como um relâmpago, Satanás. Os cordeiros não têm que temer os lobos. A debilidade do cordeiro é muito mais forte que a ferocidade e prepotência do lobo.

O objetivo do envio não é suplantar Jesus, mas lhe preparar o caminho. Jesus chegará a esses lugares depois que os discípulos e discípulas tenham preparado o caminho. Os enviados são como João Batista: preparam o caminho para o Senhor! Porém eles não são o Senhor. Eles têm que anunciar a chegada do Reino de Deus. Porém o Reino chegará com Jesus, poucos dias depois. A visita do Senhor é muito mais que a cura das pessoas doentes, ou a expulsão dos demônios. Quando chegam o Reino e o Senhor do Reino, tudo será transformado!

A missão de paz entra no mundo hostil dos lobos. Sem armas, com a arma do amor e da não violência, e conseguirá preparar o caminho, para quem depois obterá uma vitória total e fará surgir a nova Jerusalém. O exército dos pacíficos tem de seguir crescendo. São necessárias muitas mais pessoas. Roguemos ao Dono da messe que envie mais obreiros e obreiras.

As missões de paz são mais necessárias hoje do que nunca. Missões de paz para onde os conflitos e a violência não cessam. Missões de paz nas famílias divididas e em confronto. Missões de paz nas comunidades cristãs que levam anos sem poder celebrar a comunhão entre eles. Missões de paz onde os lobos amedrontaram as pessoas, na comunidade. Missões de paz em nós mesmos, quando nos domina o lobo interior.

Ao mesmo tempo, é bom que não sobre-valorizemos o serviço missionário. Somos unicamente anunciadores da chegada de Outro, que é muito mais que nós. Nós não temos que nos enfurecer quando as coisas não saíres bem. O que vem depois de nos resolverá tudo. É o Redentor, não nós. Com Ele chega o Reino, não conosco.

Pe.José Cristo Rey Garcia Paredes

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