22 de Outubro
Prezados irmãos. Nada de esperar ficar velho para voltar-se para Deus. A hora é agora.
” Quando, pois, tu vais com o teu adversário apresentar-te diante do magistrado,
procura resolver o caso com ele enquanto estais a caminho. Senão ele te levará ao juiz, o juiz te entregará ao guarda,e o guarda te jogará na cadeia.”
Neste exemplo Jesus foi bem claro. Se tivermos algum problema contra algum irmão, e quem não tem? Devemos cuidar para resolver isso o quanto antes, fazendo as pazes com o nosso irmão, com a nossa irmã, enquanto estamos caminhando rumo ao Reino dos Céus, perdoar para que sejamos perdoados no dia de juiz. Sabemos que isso não é nada fácil. Hoje mesmo você teve um racha com seu vizinho e quase chegaram às vis de fatos, quase se bateram ou se agarraram. É claro que hoje, nem amanhã vocês terão disposições de se falarem. Perdoar é coisa difícil, mais com a ajuda de Jesus nós conseguimos. Fique atento, que o dia de fazer as pazes virá. Porque Jesus sempre nos conduz a fazer as pazes.
Veja a linda reflexão do Padre Queiroz sobre o predão:
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Quantas vezes devo perdoar o meu irmão?
“Sofremos demais pelo pouco que não temos, e alegramo-nos pouco com o muito que possuímos”. (Shakespeare)
Perdoar sempre
Mt 18,21-19,1
- Senhor, quantas vezes devo perdoar o meu irmão que peca contra mim? Sete vezes?
Neste Evangelho, Jesus nos fala do perdão. O texto começa com uma pergunta do Apóstolo Pedro a Jesus, sobre quantas vezes devemos perdoar uma pessoa. Jesus responde que devemos perdoar não apenas sete vezes, mas setenta vezes sete, expressão hebraica que significa: ao infinito.
E, para deixar bem claro, Jesus conta a parábola do servo cruel. É um empregado que foi perdoado pelo patrão, de uma grande dívida, e depois não perdoou ao seu colega, de uma pequena e irrisória dívida. Por isso foi duramente castigado pelo patrão.
Jesus conclui a parábola com um recado para todos nós: “É assim que meu Pai fará convosco, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão”.
O patrão representa Deus, o empregado que devia a enorme fortuna somos nós, e o outro que devia uma pequena quantia são as pessoas que nos ofendem ou prejudicam.
Nós tínhamos uma enorme dívida com Deus, o pecado original e os nossos pecados pessoais. E ele nos perdoou, e continua perdoando, completamente.
O tamanho de uma ofensa varia também de acordo com a pessoa ofendida. No nosso caso, o ofendido é Deus, que é infinito. Portanto, as nossas ofensas a Deus são sempre muito grandes.
Deus nos perdoa, mas quer que nós também perdoemos a nosso próximo, seja de que for. Se não o fizermos, ele retira o seu perdão e nos castiga, como fez o patrão com o seu empregado cruel.
Por isso que Jesus nos fala: “Quando estiveres levando a tua oferenda ao altar e ali te lembrares que teu irmão tem algo contra ti, deixa a tua oferenda diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão. Só então, vai apresentar a tua oferenda” (Mt 5,23-25). De fato, não tem cabimento nós não perdoarmos alguém e querer manter uma amizade com Deus, pois Deus está no nosso próximo! Seria um comportamento contraditório na nossa parte: hora louvamos a Deus, hora não queremos conversa com ele.
O nosso perdão ao próximo não pode ter limites, nem quanto ao número de ofensas, nem quanto ao tamanho ou tipo de ofensa.
O perdão é o único caminho para recuperar a fraternidade, a paz e a alegria, após uma ofensa recebida. O perdão impede aquele terrível círculo vicioso: a vingança gera a violência, e esta gera mais vingança... O ressentimento faz aumentar falsamente o tamanho de uma ofensa.
No Pai Nosso, nós pedimos a Deus que nos perdoe do jeito que perdoamos aos outros. Isso nos compromete, porque, se guardarmos rancor, cada vez que rezamos o Pai Nosso estamos pedindo a Deus que guarde rancor de nós!
Jesus disse: “Não julgueis, e não sereis julgados. Pois o mesmo julgamento com que julgardes os outros servirá para vós; e a mesma medida que usardes para os outros servirá para vós. Por que observas o cisco no olho do teu irmão e não reparas na trave que está no teu olho?” (Mt 7,1-3).
O próprio Jesus, na cruz, nos deu o exemplo, quando rezou a Deus Pai pelos que o torturavam: “Pai, perdoai-lhes porque eles não sabem o que fazem!” (Lc 23,34). Mesmo morrendo, ele encontrou forças para refletir e encontrar uma saída para não sentir mágoa daqueles algozes: “Eles não sabem o que fazem”. Se não encontrasse essa saída, Jesus morreria com mágoa deles. E daí, lá no céu, como que fica? Porque lá não entram duas pessoas de cara virada uma com a outra. E Jesus queria o arrependimento e a salvação de todas aquelas pessoas que o mataram. Depois desse exemplo de Jesus, ninguém de nós tem direito de negar o perdão, seja a quem for e seja de que for.
Perdoar não é sinal de fraqueza; pelo contrário, é sinal de muita coragem, bravura e heroísmo. Panacas são os que não perdoam.
O motivo principal do nosso perdão não está na pessoa que nos ofendeu, mas no mandamento de Deus.
Claro que, depois, vamos ser mais prudentes com aquela pessoa que nos ofendeu ou prejudicou. “Sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas” (Mt 10,16). “Gato que caiu em água quente tem medo de água fria”. Nós vamos evitar situações semelhantes àquela em que a pessoa nos ofendeu ou prejudicou. Mas isso, sem julgar a pessoa.
O perdão é importante principalmente na vida familiar, dentro das quatro paredes de uma casa.
Certa vez, um casal brigou. Brigou feio e ficaram de mal. Quando era necessário dizer alguma coisa ao outro, faziam-no através de bilhetes. Aconteceu que um dia o homem chegou do serviço preocupado. Seu chefe havia marcado uma reunião na firma no dia seguinte, uma hora antes de começar o trabalho. Portanto ele devia levantar-se não às 05:30, como de costume, mas às 04:30 horas. O que ele fez. Escreveu em um papel: "Por favor, me acorde às 04:30 da madrugada". E colocou o bilhete em cima do travesseiro da esposa. E procurou dormir mais cedo.
Quando a esposa foi dormir, encontrou o bilhete. O que ela fez. No dia seguinte, levantou-se às 04:30 e colocou ao lado da cabeça dele o seguinte bilhete: “São 04:30 horas. Está na hora de você se levantar.”
Claro que essa mulher foi cruel. Mas os dois estavam errados, porque, quando entramos em atrito com alguém, a paz deve voltar antes do por do sol. Se isso vale para todos, muito mais para o casal.
A mãe sabe ser “pára-raios” quando membros da família se desentendem. Que a nossa querida Mãe do Céu nos ajude a perdoar e a viver unidos com todos.
Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.
Padre Queiroz
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