02 de agosto
Evangelho Mateus 15, 1-2, 10-14
Atuei em uma paróquia onde havia uma Senhora muito piedosa e zelosa das coisas da Igreja, mas tão zelosa que inventava mil e uma regrinhas na pastoral onde trabalhava, e como era a Coordenadora, ninguém ousava contrariá-la, nem mesmo o padre. Abria exceções a uns, com outros era mais rigorosa até que um dia cismou de não me deixar levar a Eucaristia a um enfermo, porque tinha que ser o Padre ou o Ministro dos Enfermos. Tentei explicar-lhe que o Diácono Permanente é um Servidor e que essa tarefa tão honrosa faz parte do ministério, que o mais importante era levar a eucaristia ao enfermo, fosse quem fosse....Mas não teve jeito e ao vê-la autoritária e dando ordem, aborrecido fui embora desistindo da minha tarefa.
No Judaísmo tinha um monte de Leis, prescrições, proibições, regrinhas disso e daquilo, norminhas para comer, dormir, vestir-se. O que é isso senão uma preocupação excessiva com o aparente, com aquilo que não é tão importante.
Os discípulos de Jesus não davam muita bola a tais normas, o Mestre se divertia em ver a irritação dos Fariseus que queriam obrigá-los a seguir a tradição dos antigos. Mas nesse dia resolveu dar um "basta".
O que adianta alguém cumprir o ritual ou a etiqueta sem uma convicção interior? Fazer o sinal da cruz, por exemplo, diante de uma igreja, é um gesto bonito de quem está em comunhão com a Trindade Santa, louvada e celebrada na Igreja templo. É um gesto válido porém, ele deve sinalizar que naquele dia, todas as ações daquele pessoa devem estar voltadas para o Reino, em comunhão com a Trindade Santa. Fazer esse gesto sem que ele seja um reflexo do que se tem por dentro, no coração e na vida, fica-se apenas no gesto....
Nada mais perigoso para uma pessoa do que ela mesma, suas aspirações, seus pensamentos, seus desejos do interior, seus vícios ou más inclinações, mas é também dentro das pessoas que estão as belas virtudes, o desejo de ser Santo, a vontade de aprimorar-se no amor e na caridade. Basta usar o Livre arbítrio e pronto... Em um momento lá está uma ação, que pode ser boa ou má, mas que vem lá de dentro e não de fora.
Portanto, a mensagem é muito clara, a verdadeira religião é aquela que brota do coração, e onde ao mesmo tempo, o coração se deixa transformar pela conversão, cultivando a crença e a esperança, vivenciando o amor pois é nesse coração de carne, que em Jesus Deus escreveu a sua Lei....
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