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24 de jul. de 2011

Marta e Maria - prof.FernandoSM

Sexta-feira, 29 de Julho


Evangelho - Jo 11,19-27

Hoje se faz a memória de veneração muito popular: Marta. Sobre ela e sua irmã Maria meditamos no domingo dia 18, tirando dali a lição da absoluta centralidade do contato com o Transcendente mesmo quando, Marta, com sua queixa, deixa transparecer seu humano cansaço por tanto trabalhar e servir. No entanto, o próprio evangelho de João, relata outras visitas do Mestre à casa desses amigos, Marta, Maria e Lázaro como nesse capítulo 11, lido hoje; para lé ele foi logo que soube da morte de Lázaro. O escritor do evangelho diz ao iniciar esse relato: "Jesus amava Marta e sua irmã e Lázaro" (João 11,5).

No texto do dia 18 (Lucas 10,38ss) Jesus para – numa de suas viagens – na casa desses seus amigos muito queridos. Em João 12, a mesma casa, e durante uma daquelas refeições freqüentes, será a cena em que Maria derrama um perfume caríssimo nos pés do Mestre. O gesto leva Judas (que o trairá) a ficar resmungando porque – explica o evangelista – dizia que o dinheiro gasto com o perfume deveria ser dado aos pobres quando, na verdade, sendo uma espécie de tesoureiro do grupo costumava desviar uma "comissão" para o próprio bolso.

O evangelho de hoje situa-se semanas antes desse último encontro com a família de Betânia antes da Páscoa. O episódio da ressurreição de Lázaro, aliás, foi, segundo João, a gota d'água que faltava para chefes religiosos e líderes sociais decidirem a morte de Jesus. Marta corre para encontrar o Mestre que está chegando na aldeia enquanto Maria esperava em casa. Primeiro Marta, depois Maria, repetem para o Mestre: Senhor, se aqui estivésseis meu irmão não teria morrido! Com Marta, o Mestre mantém longo diálogo que culmina na resposta de fé dada por ela. O tema aqu i, é sobre aquele que afirma: "Eu sou a ressurreição (e a vida)"; quem vive e crê em mim não morrerá para sempre".

Mas, como em outros momentos, aqui também vemos a figura de Marta, que recebia os hóspedes em casa, que corre sempre para interpelar o Mestre, para chamar sua irmã pedindo que vá também ao encontro do amigo que chega. Marta se parece com essas pessoas sempre ativas, sempre liderando nas situações e buscando solução para os problemas, mesmo quando reclama sobre o acúmulo de serviços ou lamenta a ausência do Mestre na doença mortal de Làzaro.

A primeira leitura (1ª.carta de João) de hoje ressalta esse mesmo amor fraterno que existia entre os 3 irmãos daquela família e entre eles e Jesus. Ou a amizade dos amigos da família que choravam a morte recente de Lázaro, e que comoveu o Mestre a ponto de fazê-lo estremecer e chorar. A ressurreição de Lázaro é o sétimo "sinal" apresentado pelo autor do 4º evangelho, não como "prova" – cf;João 2,18 e 6,30 – mas indicadores que conduzem à fé (cf. Jo 6,26 e 12,37. Para João o "sinal" não é imprescindível para a fé ("bem-aventurados os que não viram e acreditaram": Jo 20,29) mas, diz o nome sinalizam ou apontam para a fé de quem se dispõe a aprofundar-se nesse Mistério.

A cena de hoje, narrada no evangelho, mostra detalhes tão humanos quanto são divinos os pensamentos e reflexões teológicas de João na Primeira Carta. Nela, ele insiste sobre o tema do Amor. E repete sob formas e ângulos diversos, o núcleo da Boa Nova: amar uns aos outros... conhecer a Deus... o Filho traz a vida ao revelar o Pai... a doação, a nós, do Espírito... a união entre os seres humanos e o criador... as "provas" e testemunhos da presença divina estão no meio da vida humana... Tudo isso está resumido em várias frases. Mas há uma, talvez a mais famosa entre todas, que vale mais que todos os livros sagrados meditados e mais ainda que todos os outros livros que procuram sua interpretação e aplicação:

Quem não ama não chega a conhecer a Deus. Porque Deus é amor (verso 8 da 1ªcarta de João).

( prof.FernandoSM, Rio, fesomor2@gmail.com )

 

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