Sábado 01/10;2011
Lc 10,17-24
Este Evangelho tem três partes: o regresso dos setenta e dois, a alegria de Jesus e a felicidade dos discípulos.
“Eles voltaram muito contentes, dizendo: Senhor, até os demônios nos obedeceram por causa do teu nome”. É a alegria do líder cristão, ao ver a conversão acontecer e as pessoas que acolhem a Boa Nova ficarem mais felizes. Não existe alegria maior do que possuir a graça de Deus.
“Jesus exultou no Espírito Santo.” Nós queremos dar a Jesus a mesma alegria que ele sentiu, vendo “Satanás cair do céu, como um relâmpago”, isto é, vendo o Reino de Deus já atuante na terra, destronando definitivamente as forças do mal. Por isso, “ficai alegres porque vossos nomes estão escritos no céu”. Jesus se alegra porque, pela força de Deus, as coisas se inverteram: agora são os pequeninos que têm a primazia.
O Pai e Jesus constituem uma unidade de amor e conhecimento mútuo, na qual são admitidos os que se abrem a Deus com humildade e se abandonam nas suas mãos.
“Felizes os olhos que vêem o que vós vedes!” Nós estamos incluídos nesses “felizes”, porque, através do Espírito Santo, nós também conhecemos e experimentamos a Boa Nova de Jesus triunfando sobre o mal. A história da humanidade tem duas partes bem distintas: antes de Cristo e depois dele. Mas isso significa também uma responsabilidade para nós: “Se a vossa justiça não for maior que a dos escribas e dos fariseus, não entrareis no Reino dos Céus” (Mt 5,20).
“Que Deus ilumine os olhos de vosso coração, para que conheçais a esperança à qual ele vos chamou, a riqueza da glória que ele nos dá em herança entre os santos, e a extraordinária grandeza do poder que ele exerce” (Ef 1,18-19). “Os olhos de vosso coração” nos lembra a bem-aventurança: “Felizes os puros de coração, porque verão a Deus”. A fé e o amor são inseparáveis; quanto mais se ama, mais se crê. O coração, isto é, o centro da pessoa, é o terreno onde pode enraizar a semente do Reino.
Para isso, precisamos ter os olhos do coração livres da miopia gerada pelo orgulho, pelas paixões e ideologias. É por aí que os simples têm mais entendimento do que os doutores e poderosos do mundo, inclusive, às vezes, mais que os teólogos.
“Eu te louvo, Pai, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos.” Quando líderes cristãos, humanamente incompetentes para a missão, fazem maravilhas, aparece mais claro que é Deus que realiza, não o líder; este é apenas um instrumento que Deus usa. E Deus gosta de usar instrumentos mais fracos, porque assim fica claro que é ele que faz. Deus é poderoso para usar qualquer instrumento para a conversão das pessoas. Ele já usou até animais, como o caso da mula de Balaão (Cf Nm 22).
“Ninguém conhece o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.” É Deus que revela a Boa Nova aos que ouvem os líderes cristãos.
“Eu vos dei o poder de pisar em cima de cobras e escorpiões e sobre toda a força do inimigo. E nada vos poderá fazer mal.” Deus nos defende dos malvados do mundo e de todos os perigos que enfrentamos, no nosso trabalho de líderes cristãos. O discípulo e a discípula de Jesus podem ficar tranqüilo, porque existe Alguém muito forte que cuida deles.
Todos os cristãos e cristãs somos missionários, cada um do seu modo. Existe um “toque de compaixão”, despertado por Deus, que nos leva a sair do nosso mundinho e evangelizar. Hoje as multidões hoje são maiores que no tempo de Jesus, e a sêde da Boa Nova continua a mesma. Deus não toca diretamente no coração de ninguém; ele quer fazer isso através de nós, que já fomos tocados por ele. Nós recebemos de Jesus um tesouro de graças, que são os sacramentos, a Palavra de Deus, a vida em Comunidade... Vamos aproveitar bem esse tesouro, não só para nós mesmos, mas para enriquecer os outros.
Havia, certa vez, um viúvo, cuja esposa tinha falecido a pouco tempo, e ele morava numa casa de roça, junto apenas com seu filhinho de poucos meses de idade.
Ele tinha em casa uma raposa que era sua amiga. Desde pequeninha, ele a trouxe para casa e era tratada como animal de estimação. Ela fazia até as vezes de um cachorro, ajudando a guardar a casa.
Ele saía cedo para trabalhar na roça e todas as noites, quando voltava, a raposa ficava feliz com sua chegada. Os vizinhos sempre o alertavam: “Cuidado! Raposa é um bicho selvagem. Um dia ela pode sentir fome e comer a criança”. Mas ele respondia que isso era uma grande bobagem, a raposa era sua amiga e jamais faria uma coisa dessas.
Um dia, quando ele chegava em casa, a raposa veio ao seu encontro, mal totalmente ensangüentada. O homem suou frio. “Os vizinhos tinham razão, ela comeu o meu filhinho!” Mais que depressa, com o machado que tinha na mão, matou a raposa.
Mas, ao entrar em casa, qual não foi a sua surpresa: o filhinho estava no berço, dormindo, e, ao lado do berço, uma a cobra morta!
Aquele senhor, cheio de tristeza, pegou o cadáver da querida raposa e o enterrou, junto com o machado que a matara. Em cima da cova, plantou uma árvore, que regava todos os dias.
O homem foi precipitado, deixando-se levar pelo primeiro impulso. Quantas lágrimas a precipitação tem causado, tanto à pessoa como aos outros!
Os nossos conhecimentos são limitados e podemos nos enganar. Daí a necessidade de nos apegarmos com Deus, que nunca se engana, e de acolher e distribuir o grande tesouro que seu Filho nos deixou, que chamamos de Boa Nova.
Maria Santíssima é a grande missionária de Deus Pai, pela qual ele nos deu o seu Filho. Rainha dos missionários, rogai por nós!
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